segunda-feira, 22 de novembro de 2010
Navio pesqueiro encalhado.
Muitos turistas paraibanos e pernambucanos, sem falar nos potiguares, estão pescando e tirando fotos ao lado do barco pesqueiro, de origem africana, que está encalhado há mais de um ano em Búzios, no litoral sul do RN, a 30 quilometros de Natal. Homens e mulheres estão pescando, à noite, nas imediações do barco que vai virar sucata nos próximos meses. Foto feita por Rejane M. Cortez. Na praia de Búzios/RN há bares, restaurantes e pousadas dando apoio aos visitantes, diuturnamente. Mais informações: (84) 9914.3141.
sábado, 20 de novembro de 2010
Francisco Claver: o mundo hoje é violento por causa da inveja.
Ele parou de trabalhar em Bananeiras/PB porque caiu da motocicleta e quase perde uma perna, mas era um pedreiro disposto, trabalhador e capaz de construir uma casa com 3 quartos sòzinho, sem ajudante. Hoje não trabalha e quer vender a sua casa na Chã do Lindolfo para comprar outra em João Pessoa. Observador do "mundo cão", ele acha que os jovens estão violentos porque são egoístas e invejosos, "mas não são todos, não, são os que querem tomar as coisas dos outros sem esforço". È verdade, sr. Claúdio, como é conhecido o ex-pedreiro e ex-agricultor da bela terra de Bananeiras, terra da grande figura do Barão de Araruna. Texto e foto de Luiz Gonzaga Cortez, ll de novembro de 2010, no boteco de Joca, no Parque dos Chalés de Tinha.
Matuto analisa sociedade violenta.
A sabedoria popular rural, matuta, é muito mais abrangente, humana, esperta e real do que a sabedoria do homem urbano, seja lá onde for. O homem dos grandes centros urbanos, das capitais e médias cidades do Brasil, hoje dominadas pelo individualismo, vícios e devios de condutas de diversos matizes, está cada vez desumano, egoísta, enganados e exibicionista.
O matuto nordestino continua um homem simples. O matuto vê a coisa errada, observa um pouco, analisa e opina, tenha ou não ingerido uma lapada de cachaça. Matuto é desconfiado por natureza, dizem. Algumas categorias de trabalhadores da zona rural (pedreiros, por exemplos) não acreditam muito na capacidade de trabalho do jovem trabalhador proveniente da cidade, seja pequena ou média, próxima ou distante. O assunto poderia ser estudado pelos cursos da área de ciências sociais das Universidades, assim como o problema do consumo de drogas na zona rural.
È bom conversar com o homem do interior, na Paraíba ou no Rio Grande do Norte. Em conversas em bares, descobrimos que em Bananeiras/PB, a l50 quilômetros de Natal, há uma comunidade, a Gruta de Antonia Luzia, que conserva uma dança folclórica, chamada de "Lesô", há mais de 150 anos e que é desconhecida pela população do seu município.
Num boteco de beira de estrada, na Chã do Lindolfo, onde existe a comunidade da "Gruta", conheci um ex-pedreiro de 64 anos, Francisco Claver da Silva, que levou uma queda de motocicleta e quase perde uma perna. Adoentado, puxando uma perna, ele teve mais tempo de observar o mundo que lhe rodeia e foi o primeiro homem que entrevistei e que já dançou o "Lesô" na juventude. "Dancei e muito o lesô, no tempo que era bom e não havia essa violência de hoje. Era uma brinca boa e limpa, sem confusão, mas com muita bebida e comida. Mas o tempo mudou muito. Antigamente, não havia revólver por aqui, só faca. Hoje, a coisa está feia, é arma como os seiscentos diabos. A violência de hoje, desses meninos por aí, é tudo por causa da inveja, o outro que tomar na marra o que os outros têm. Eu posso ir a uma festa e não voltar com vida ou perder a minha moto. No fundo de tudo isso é inveja mesmo, pode ir atrás pra saber. Tomar as coisas sem esforço. Isso ´´e obra da natureza de cada um. Eu rogo a Deus e peço a Jesus felicidades para me livrar dessas passagens", disse Francisco Claves da Silva, conhecido por "Cláudio", corruptela de Claver, sobrenome de antiga família rica da região, os Claver Grilo.
Ele nunca ouviu falar no "Barão de Araruna", Estevão José da Rocha, "sangue dosd Arruda Câmara, do Piancó, e Ferreira de Macedo, de Picuí", segundo Luís da Câmara Cascudo. Dona Maria da Silva, dona do boteco "Sabor Real", do bairro Planalto, em Bananeiras/PB, dançou "lesô" e se lembra das cantorias improvisadas, mas garante que nunca ouviu falar no "Barão de Araruna". Falta de de informação, de instrução e de comunicação. Mas isso é outra história.
Luiz Gonzaga Cortez, jornalista e pesquisador.
O matuto nordestino continua um homem simples. O matuto vê a coisa errada, observa um pouco, analisa e opina, tenha ou não ingerido uma lapada de cachaça. Matuto é desconfiado por natureza, dizem. Algumas categorias de trabalhadores da zona rural (pedreiros, por exemplos) não acreditam muito na capacidade de trabalho do jovem trabalhador proveniente da cidade, seja pequena ou média, próxima ou distante. O assunto poderia ser estudado pelos cursos da área de ciências sociais das Universidades, assim como o problema do consumo de drogas na zona rural.
È bom conversar com o homem do interior, na Paraíba ou no Rio Grande do Norte. Em conversas em bares, descobrimos que em Bananeiras/PB, a l50 quilômetros de Natal, há uma comunidade, a Gruta de Antonia Luzia, que conserva uma dança folclórica, chamada de "Lesô", há mais de 150 anos e que é desconhecida pela população do seu município.
Num boteco de beira de estrada, na Chã do Lindolfo, onde existe a comunidade da "Gruta", conheci um ex-pedreiro de 64 anos, Francisco Claver da Silva, que levou uma queda de motocicleta e quase perde uma perna. Adoentado, puxando uma perna, ele teve mais tempo de observar o mundo que lhe rodeia e foi o primeiro homem que entrevistei e que já dançou o "Lesô" na juventude. "Dancei e muito o lesô, no tempo que era bom e não havia essa violência de hoje. Era uma brinca boa e limpa, sem confusão, mas com muita bebida e comida. Mas o tempo mudou muito. Antigamente, não havia revólver por aqui, só faca. Hoje, a coisa está feia, é arma como os seiscentos diabos. A violência de hoje, desses meninos por aí, é tudo por causa da inveja, o outro que tomar na marra o que os outros têm. Eu posso ir a uma festa e não voltar com vida ou perder a minha moto. No fundo de tudo isso é inveja mesmo, pode ir atrás pra saber. Tomar as coisas sem esforço. Isso ´´e obra da natureza de cada um. Eu rogo a Deus e peço a Jesus felicidades para me livrar dessas passagens", disse Francisco Claves da Silva, conhecido por "Cláudio", corruptela de Claver, sobrenome de antiga família rica da região, os Claver Grilo.
Ele nunca ouviu falar no "Barão de Araruna", Estevão José da Rocha, "sangue dosd Arruda Câmara, do Piancó, e Ferreira de Macedo, de Picuí", segundo Luís da Câmara Cascudo. Dona Maria da Silva, dona do boteco "Sabor Real", do bairro Planalto, em Bananeiras/PB, dançou "lesô" e se lembra das cantorias improvisadas, mas garante que nunca ouviu falar no "Barão de Araruna". Falta de de informação, de instrução e de comunicação. Mas isso é outra história.
Luiz Gonzaga Cortez, jornalista e pesquisador.
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Francisco Cabral Montenegro,a esposa Marinete, Rejane M. Montenegro Cortez, prima de Cabral e esposa de Gonzaga, além de Francisco C. Montenegro Junior e esposa, na Chã do Lindolfo, na frente de suas capelas católicas. Cisão dos católicos locais? Não. Fizeram uma capela e recuperaram a antiga para a preservação da memória histórica, disse uma evangelizadora local. Foto de Gonzaga Cortez, out/2010.
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
Grande festa.
As comemorações pela vitória de Ricardo Coutinho vararam a noite de domingo e de 2ª feira,1,com forte participação popular, Foi uma festa espontânea, surgida no meio do povo que acorreu ao centro de Bananeiras logo após às 21 horas e, em pouco tempo, o povão começou a dançar, pular e caminhar em torno da praça Epitácio Pessoa, largo em que já estavam baseados diversos churrasqueiros e barzinhos, que não tiveram condições de atender a demanda em termos de tira-gostos para todos que bebericavam. Houve despreparo profissional de alguns churrasqueiros, houve abusos no volume dos "paredões" instalados próximos aos bares. Dizem que é coisa comum em Bananeiras porque não há fiscalização.Corre frouxo.
Mas voltemos ao que nosso interessa, aos festejos. Eu estava no botequinho perto da "Rodoviária", parece que de propriedade de uma senhora loira, onde degustamos uma saborosa fava. Foi a primeira vez que conheci uma favada de bom gosto, de primeira, pois a fava preparada por Josimar, do Restaurante Central, considerada razoável, fica longe da fava da cumbuca do barzinho de calçada da praça central de Bananeiras
Outra coisa que chamou atenção foi a candência da passeata do povo, pois lembrou-me um ritmo parecido com ritmo índigena.Também parecido com o final de uma ginástica de soldados do Exército nos idos de 1968, quando servi no 16º RI, em Natal.Mas parecido com os últimos minutos da ginástica, caminhadas lentas, passos lentos, quase parando. Muito bonita a passeata. Festa ordeira. Muito barulho vindos dos carros de alguns jovens que não nos deixavam conversar nas calçadas. O jeito foi bater em retirada para o alto da Pousada da Estação, mas como lá não tem uma pizza de boa qualidade técnica, fomos embora dormir.
Agora vamos esperar que o novo governador cumpra as suas promessas de campanha. Uma delas poderia ser a construção da estrada que liga Bananeiras ao povoado de Chã do Lindolfo, que há décadas é prometida pelos políticos paraibanos.
Um abraço para todos e até logo.
Luiz Gonzaga Cortez, jornalista.
Mas voltemos ao que nosso interessa, aos festejos. Eu estava no botequinho perto da "Rodoviária", parece que de propriedade de uma senhora loira, onde degustamos uma saborosa fava. Foi a primeira vez que conheci uma favada de bom gosto, de primeira, pois a fava preparada por Josimar, do Restaurante Central, considerada razoável, fica longe da fava da cumbuca do barzinho de calçada da praça central de Bananeiras
Outra coisa que chamou atenção foi a candência da passeata do povo, pois lembrou-me um ritmo parecido com ritmo índigena.Também parecido com o final de uma ginástica de soldados do Exército nos idos de 1968, quando servi no 16º RI, em Natal.Mas parecido com os últimos minutos da ginástica, caminhadas lentas, passos lentos, quase parando. Muito bonita a passeata. Festa ordeira. Muito barulho vindos dos carros de alguns jovens que não nos deixavam conversar nas calçadas. O jeito foi bater em retirada para o alto da Pousada da Estação, mas como lá não tem uma pizza de boa qualidade técnica, fomos embora dormir.
Agora vamos esperar que o novo governador cumpra as suas promessas de campanha. Uma delas poderia ser a construção da estrada que liga Bananeiras ao povoado de Chã do Lindolfo, que há décadas é prometida pelos políticos paraibanos.
Um abraço para todos e até logo.
Luiz Gonzaga Cortez, jornalista.
Assinar:
Postagens (Atom)