quarta-feira, 26 de junho de 2013

A opinião de Leonardo Boff sobre os protestos no Brasil.



Estou fora do pais, na Europa a trabalho e constato o grande interesse que todas as mídias aqui conferem às manifestações no Brasil.

Há bons especialistas na Alemanha e França que emitem juízos pertinentes. Todos concordam nisso, no caráter social das manifestações, longe dos interesses da política convencional. É o... triunfo dos novos meios e congregação que são as mídias sociais.

O grupo da libertação e a Igreja da libertação sempre avivaram a memória antiga do ideal da democracia,presente, nas primeiras comunidades cristãs até o século segundo pelo menos.Repetia-se o refrão clássico:"o que interessa a todos, deve poder ser discutido e decidido por todos". E isso
funcionava até para a eleição dos bispos e do Papa. Depois se perdeu esse ideal nas nunca foi totalmente esquecido. O ideal democrático de ir além da democracia delegatícia ou representativa e chegar à democracia participativa, de baixo para cima, envolvendo o maior número possível de pessoas, sempre esteve presente no ideário dos movimentos sociais, das comunidades de base,dos Sem Terra e de outros. Mas nos faltavam os instrumentos para implementar efetivamente essa democracia universal, popular e participativa. Eis que esse instrumento nos foi dado pelas várias mídias sociais. Elas são sociais, abertas a todos. Todos agora tem um meio de manifestar sua opinião, agregar pessoas que assumem a mesma causa e promover o poder das ruas e das praças. O sistema dominante ocupou todos os espaços. Só ficaram as ruas e as praças que por sua natureza são de todos e do povo. Agora surgiram a rua e a praça virtuais, criadas pelas midias sociais.

O velho sonho democrático segundo o qual o que interessa a todos, todos tem direito de opinar e contribuir para alcançar um objetivo comum, pode em fim ganhar forma.
Tais redes sociais podem desbancar ditaduras como no Norte da Africa, enfrentar regimes repressivos como na Turquia e agora mostram no Brasil que são os veículos adequados de reivindicações sociais, sempre feitas e quase sempre postergadas ou negadas: transporte de qualidade, saúde, educação, segurança, saneamento básico. São causas que tem a ver com a vida comezinha, cotidiana e comum à maioria dos mortais. Portando, coisas da Política em maiúsculo.

Nutro a convicção de que a partir de agora se poderá refundar o Brasil a partir de onde sempre deveria ter começado, a partir do povo mesmo que já encostou nos limites do Brasil feito para as elites. Estas costumavam fazer
políticas pobres para os pobres e ricas para os ricos. Essa lógica deve mudar daqui para frente. Ai dos políticos que não mantiverem uma relação orgânica com o povo. Estes merecem ser varridos da praça e das ruas.
Escreveu-me um amigo que elaborou uma das interpretações do Brasil mais originais e consistentes, o Brasil como grande feitoria e empresa do Capital
Mundial, Luiz Gonzaga de Souza Lima. Permito-me citá-lo:

"Acho que o povo esbarrou nos limites da formação social empresarial, nos limites da organização social para os negócios. Esbarrou nos limites da Empresa Brasil.
E os ultrapassou. Quer ser sociedade, quer outras prioridades sociais, quer outra forma de ser Brasil, quer uma sociedade de humanos, coisa diversa da sociedade dos negócios. É a Refundação em movimento".

Creio que este autor captou o sentido profundo e para muitos ainda escondido das atuais manifestações multitudinárias que estão ocorrendo no Brasil.
Anuncia-se um parto novo. Devemos fazer tudo para que não seja abortado por aqueles daqui e de lá de fora que querem recolonizar o Brasil e condená-lo a ser apenas um fornecedor de commodities para os países centrais que
alimentam ainda uma visão colonial do mundo, cegos para os processos que nos conduzirão fatalmente à uma nova consciência planetária e a exigência de uma governança global. Problemas globais exigem soluções globais. Soluções
globais pressupõem estruturas globais de implementação e orientação. O Brasil pode ser um dos primeiros nos quais esse inédito viável pode começar a sua marcha de realização. Dai ser importante não permitirmos que o
movimento seja desvirtuado.
Música nova exige um ouvido novo.
Todos são convocados a pensar este novo, dar-lhe sustentabilidade e faze-lo frutificar num Brasil mais integrado, mais saudável, mais educado e melhor servido em
suas necessidades básicas.

Leonardo Boff - Munique > Paris 24/06/2013Ver mais

terça-feira, 25 de junho de 2013

ASSESSORN.COM] ARTICULISTA COMENTA AS REBELIÕES E LEMBRA QUE A TRAGÉDIA DA SECA NORDESTINA PASSOU DESPERCEBIDA, "NINGUÉM GRITOU, O CAMPO FICOU ESQUECIDO"

    
Marcar com estrela 25 de junho de 2013 16:55

Caboclo ativista
 
Por Xico Graziano*
 
Foto: Cláudio Abdon/arquivo do blog
José Batistela, octogenário, personagem famoso em Araras (SP), minha terra natal, me escreveu dias atrás, logo após a primeira das manifestações de rua. Gente simples do interior, roceiro ainda por cima, o sitiante não conseguia entender direito a confusão existente na metrópole. "Contra o que, afinal, lutam esses jovens?"
 
Senti-me, de cara, impotente para explicar o porquê daqueles acontecimentos. Eu próprio, temperado há tempos na selva de pedra, mal compreendia o sentido daquilo que testemunhara no centro de São Paulo. As ruas pareciam demonstrar uma complexa mistura de rebeldia, ideologia, oportunismo, esperança e temor sobre o futuro. Não tive como responder, naquele momento, ao meu matuto conterrâneo.
 
Na sequência, conforme todos vimos, cresceram as passeatas, ganhando o apoio popular, espalhando-se pelo País. Surgida na reivindicação do transporte, aos poucos seu propósito mais amplo e difuso se delineou. As manifestações, embora contaminadas por grupelhos bandidos, carregavam uma forte negação do sistema político. Os jovens, ficou claro, gritam por uma sociedade decente. Acorda, Brasil.
 
Mais esclarecido sobre o rumo do movimento, tomei coragem para retornar ao seu Zé Batistela. Remeti a ele, em meu amparo, um apanhado de opiniões. Ignácio de Loyola Brandão, escritor dos melhores, disse que nos ônibus as pessoas viajam qual "gado amontoado", mas os protestos eram "contra a vida miserável, expressam o saco cheio". Fernando Henrique Cardoso argumentou que as razões se encontram "na carestia, na má qualidade dos serviços públicos, na corrupção, no desencanto da juventude frente ao futuro". Demétrio Magnoli, sociólogo da USP, concluiu que as pessoas estão "fartas do governo e da oposição, da corrupção e da impunidade, da soberba e do descaso". Opiniões abalizadas.
 
Traduzi assim essa gritaria que anda assustando a Nação. Na briga contra o valor da passagem dos ônibus, claramente se encontra a frustração da juventude acerca dos destinos políticos no Brasil, a insatisfação contra a podridão do poder. Os jovens parecem se sentir desdenhados, esquecidos e humilhados pela política degradante, corrupta e falsa, que abominam. No país do futebol, dos estádios que custam os olhos da cara, nunca sobra recurso para melhorar a vergonha da saúde, a tristeza do ensino fundamental, a tragédia da segurança pública.
 
Calejado no trato da terra desde quando os colonos italianos para cá vieram cuidar de cafezal, por mais que eu me esforçasse para explicar as coisas, seu Zé Batistela mostrava-se ainda ensimesmado. Compreensivelmente, me retrucou. Ele sente lá na roça o desencanto da sociedade brasileira com a política velhaca instalada na República, as promessas mentirosas, a lambança. Mas por que, de repente, a boiada estourou?
 
Não é fácil explicar a profunda transformação, global, que tem sofrido a democracia representativa na era da comunicação digital. À margem dos partidos, até mesmo contra eles, as redes sociais geram uma sociedade articulada, cheia de comunidades virtuais, mas, contraditoriamente, efêmera e anárquica. No passado, as massas revoltosas precisavam do discurso inflamado nas tribunas; agora, os sonhos da mudança se alimentam do computador. Ou no celular.
 
Reminiscências me tomaram a mente. Nos anos 70, estudantes de Agronomia em Piracicaba, nós enfrentamos a prepotência da polícia nas passeatas contra a ditadura militar. Jogamos bolinhas de gude para atrapalhar o passo dos cavalos, atiramos pedras nos escudos, nos esgoelamos pela democracia, todos unidos pelo utópico socialismo. Mais tarde, maduro na vida, acompanhei satisfeito a geração de meus filhos se pintar de verde e amarelo e exigir a derrubada de um mandatário desonroso.
 
A simpatia pelo protesto juvenil me desafia a convencer o conservador Zé Batistela a aceitar o processo de mudança delineado nas ruas. Mas ele permanece reticente. Quando, na televisão, viu os governantes, do Rio de Janeiro e de São Paulo, felizes anunciarem a redução do preço das passagens, me telefonou: decepcionado, queria agora saber de onde sairia o dinheiro para cobrir a diferença da passagem. Embora caipira, ele sabe que inexiste mágica na administração pública.
 
Governar se resume a estabelecer prioridades no gasto orçamentário. Por exemplo: apenas metade de um estádio Mané Garrincha evitaria que 500 mil cabeças de gado, um quarto do rebanho, morressem esqueléticas pela seca do Semiárido; com a outra metade se construiriam cisternas e açudes, se protegeriam inúmeras áreas fragilizadas pela desertificação e ampliaria a irrigação dos pequenos agricultores. A tragédia da seca nordestina, a maior dos últimos 50 anos, passou quase despercebida na sociedade urbana que se rebela nesses dias. Ninguém gritou, o campo ficou esquecido.
 
O dinheiro de uma reforma do Maracanã, se aplicado na construção de armazéns, no seguro de renda agrícola, na pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), na defesa agropecuária, ajudaria de forma duradoura, não apenas durante um campeonato, no desenvolvimento nacional. Um pedaço da grana consumida na Copa, se investida na estrutura da logística nacional, facilitaria o escoamento da safra, consertaria a buraqueira das rodovias, reduziria as perdas, diminuiria o frete. Sem roubalheira.

Moral da história para José Batistela: os caboclos, como ele, em vez de ficarem omissos, eternamente chorosos nos rincões, que abram os olhos, aprendam a se organizar, participar da sociedade de massas, defendendo suas demandas. Tornou-se o velho, em duas semanas, um aprendiz de ativista, com uma marca de origem: pacato como sempre foi, abomina atos de violência. Vandalismo, jamais.
 
*Xico Graziano é agrônomo, foi secretário de Agricultura e secretário do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. e-mail:xicograziano@terra.com.br .
 


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segunda-feira, 24 de junho de 2013

Como enfrentar surtos de gripes.

População deve reforçar os hábitos de higiene e evitar a automedicação. A atenção com crianças e idosos deve ser redobrada nesta época do ano 
 
Com a chegada do inverno, o Ministério da Saúde alerta à população a adotar medidas de prevenção contra as doenças respiratórias, comuns nesta época do ano, especialmente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. A concentração de pessoas em ambientes fechados favorece a circulação de diversos tipos de vírus respiratórios, inclusive o da influenza. Hábitos simples de higiene são importantes para prevenção, já que o vírus permanece vivo no ambiente por até 72 horas e, em superfícies como corrimões, maçanetas e torneiras, por até 10 horas.
 
Os cuidados de higiene devem ser redobrados com crianças e idosos. No caso das crianças, é recomendável - especialmente no ambiente escolar - que além das mãos, os brinquedos e objetos de uso comum sejam lavados com água e sabão ou higienizados com álcool gel a 70%. Nas creches, também é importante evitar que as crianças durmam muito próximas. A distância ideal entre elas é de um metro.
 
Já para os idosos, o perigo está nas complicações advindas com a gripe, como a pneumonia e agravamento de doenças crônicas, entre elas a hipertensão e diabetes. Uma, entre as várias formas de prevenção, é a vacina contra a gripe, que foi ofertada pelo Ministério da Saúde aos grupos mais vulneráveis. “Nesse ano, superamos a meta e conseguimos vacinar mais de 90% da população alvo. A vacina não elimina totalmente a transmissão da gripe, mas pode reduzir as complicações e as mortes”, observa o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa. 
 
Os sintomas da gripe costumam se manifestar entre dois e três dias após o contágio e duram, em média, uma semana. Febre alta permanente e dificuldade para respirar são sinais que podem indicar o agravamento do quadro, principalmente se ocorrer com pessoas dos grupos de maior vulnerabilidade para as complicações da influenza.  "A gripe tem início súbito e, na maior parte dos casos, tem cura espontânea. Mas, é fundamental um diagnóstico rápido e tratamento adequado, principalmente com crianças pequenas, idosos, gestantes e portadores de doenças crônicas", alerta o secretário. [Portal Saúde >Saiba mais, inclusive sobre a diferença entre Resfriado e Renite]


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Postado por AssessoRN - Jornalista Bosco Araújo no AssessoRN.com em 6/24/2013 03:26:00 PM

domingo, 23 de junho de 2013


Assunto: Sherlock Holmes



"Quero trazer à memória o que me pode dar esperança". Lam. 3:21


Sherlock Holmes e Dr. Watson vão acampar.

Montam a barraca e, depois de uma boa refeição e uma garrafa de vinho
deitam-se para dormir.
Algumas horas depois, Holmes acorda e cutuca seu fiel amigo:
- Meu caro Watson, olhe para cima e diga-me o que vê.
Watson responde:
- Vejo milhares e milhares de estrelas.
Holmes então pergunta:
- E o que isso significa?
Watson pondera por um minuto e depois enumera:
1) Astronomicamente, significa que há milhares e milhares de galáxias e,
potencialmente, bilhões de planetas.
2) Astrologicamente, observo que Saturno está em Leão e teremos um dia de
sorte.
3) Temporalmente, deduzo que são aproximadamente 03h15min pela altura em que
se encontra a Estrela Polar.
4) Teologicamente, posso ver que Deus é todo poderoso e somos pequenos e
insignificantes.
5) Metereologicamente, suspeito que teremos um lindo dia amanhã. Correto?

Holmes fica um minuto em silêncio, então responde:
- Watson, seu imbecil! Significa "apenas" que alguém roubou nossa barraca!

Conclusão:

"A VIDA É SIMPLES... NÓS É QUE TEMOS A MANIA DE COMPLICAR."
Uma vida sem catraca
(*) Rinaldo Barros
Todos os movimentos sociais, ao longo da história, foram inicialmente de cunho emocional; e este a que estamos assistindo não foge à regra. Todavia, é preciso ainda compreender quem são esses “novos atores” e o porquê dessas manifestações espontâneas, sem liderança e sem partido político.
O aumento de 20 centavos nas passagens serviu de pavio para os atuais protestos que incendeiam o Brasil. Mas, o dado de realidade é que, de um modo geral, o transporte público no Brasil é caro, inseguro e mal gerido, afetando especialmente passageiros pobres que não têm escolha a não ser contar com esse sistema.
Como se isso não fosse bastante, o governo federal - de forma equivocada, há muito tempo pratica políticas de incentivo à venda de veículos individuais (carros e motos), com crédito fácil e redução de impostos para as montadoras e revendas.
Além disso, por teimosia (ou cegueira) ideológica, não há registro de qualquer investimento significativo recente na infraestrutura de transportes, em qualquer modal. Nossos portos, aeroportos, estradas e ferrovias estão superados e sucateados. E somente este ano, o governo admitiu realizar concessões onerosas ao setor produtivo para solucionar alguns desses problemas.
O resultado tem sido o crescente sofrimento da maioria da população com engarrafamentos gigantescos no deslocamento diário para estudar, trabalhar, produzir riquezas; o que se traduz em cansaço, estresse e esgotamento físico e mental crônico de milhões de pessoas pelo país afora.
Some-se a isso tudo o crescente distanciamento entre o Estado e a Sociedade, com o sucateamento dos hospitais e das escolas, ao lado da perda da segurança ou do aumento da criminalidade em todos os recantos do País. Por outro lado, tornou-se público os investimentos astronômicos com as obras dos novos estádios para as Copas: 30 bilhões de reais. O povo fez as contas, e uma bomba explodiu no colo da Dilma.
Mas, quem são esses “atores” que formam as multidões nos protestos recentes, e como surgiram?
Basicamente, são jovens - da recém-formada classe “C” - que não vivenciaram a realidade das fases da ditadura e da inflação, fenômenos sofridos pela geração dos seus pais.
Esse segmento da população não tem a menor tolerância com a perda do poder aquisitivo que ressurgiu com a volta da inflação e, pior, todos sentem e pensam que eles não são respeitados pelos atuais governantes, sejam prefeitos, governadores, deputados, senadores ou presidente da República. Aliás, não distinguem a diferença entre os poderes, o que os leva a incluir os juízes, promotores, desembargadores, ministros, dirigentes partidários, e todos os que exercem algum cargo que simbolize o poder.
Registre-se que mais da metade dessa juventude que grita “vem pra rua” pertence a comunidade universitária. São relativamente bem informados e - o mais importante - dispõem de um instrumento poderoso, eficaz e impossível de ser controlado pelo Estado: as redes sociais da internet.
Ou seja, o que é novo atualmente é que os cidadãos têm um instrumento próprio de informação, auto-organização e automobilização que não existia. Antes, se estavam descontentes, a única coisa que podiam fazer era ir diretamente para uma manifestação de massa organizada por partidos e sindicatos, com líderes que logo negociavam em nome deles.
Mas, agora, a capacidade de auto-organização é espontânea. Isso é novo e isso é força das redes sociais já testadas em diversas partes do mundo. Essa é a novidade.
Sem depender das organizações partidárias e sindicais, a sociedade brasileira encontrou um caminho e agora descobriu que tem a capacidade de se organizar, debater e intervir no espaço público. E mais: de pressionar, e até amedrontar os que detêm o poder.
Não vejo sinal de que nossos governantes queiram fazer grandes coisas. Até porque mudar verdadeiramente a realidade social é responsabilidade da sociedade, não dos poderosos.
É o que sempre ensinou a História em todas as civilizações.
Pra terminar, arrisco dizer que os atuais protestos não têm volta, vão se transformar num caminho de lutas para novas conquistas do povo brasileiro.
A evolução mais imediata e concreta que consigo vislumbrar será a conquista da tarifa zero para os transportes coletivos, com resgate do debate sobre o tema, iniciado na gestão da prefeita Luiza Erundina (SP).
Para custear o sistema, seria implantado o “Fundo de Transporte”, que reservaria parte dos recursos coletados no IPTU. Dessa forma, o custo do transporte coletivo para os cidadãos seriam proporcionais a seus ganhos salariais. A conferir.
Resumo da ópera: no limite, o povo brasileiro quer apenas uma vida sem catraca.

(*) Rinaldo Barros é professor - rb@opiniaopolitica.com

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segunda-feira, 17 de junho de 2013

Documentário sobre o rei do baião.

[AssessoRN.com] Espetáculo potiguar em homenagem a Luiz Gonzaga será exibido em rede nacional de TV

    
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Foto: reprodução vídeo/internet
O espetáculo Clássicos do Baião: Tributo a Gonzagão, uma homenagem do projeto Parcerias Sinfônicas Sesc a Luiz Gonzaga, passou por palcos de cinco cidades potiguares e por São Paulo (SP). A visita à capital paulista foi gravada pela SESCTV, e será exibida pelo canal no dia 26/06, às 22h, com reprises em outros dias. Para saber todas as datas, basta acessar o site do Sesc RN: www.sescrn.com.br.
 
O projeto, realizado pelo Sistema Fecomércio/RN por meio do Sesc, mostrará em rede nacional os grandes talentos potiguares que participaram de sua 2ª edição: Orquestra Sinfônica da UFRN, Caio Padilha, Camila Masiso, Khrystal, Valéria Oliveira, Wigder Valle e o Zé Hilton. Pioneiro, Clássicos do Baião: Tributo a Gonzagão mesclou música, teatro, poesia, tecnologia e arte circense – já que Gonzaga também foi do circo.  O show integrou a 2ª edição do projeto Parcerias Sinfônicas Sesc.
 
Além da valorização dos talentos da terra, o show-concerto inovou ao usar tecnologia de ponta. Os painéis que compuseram o cenário foram alvo de projeções mapeadas, exibindo imagens de Luiz Gonzaga e elementos sintonizados com os clássicos tocados no show. O ator, cantor e multi-instrumentista Caio Padilha interagia com o filho de “seu” Januário, produzindo a forte sensação da presença do músico pernambucano no palco.
 
O espetáculo estreou em julho de 2012 em Mossoró, e se apresentou ainda em Natal, Caicó, Angicos, praia de Pirangi (Parnamirim) e São Paulo (SP). Mais de 15 mil pessoas assistiram ao show-concerto.
 
Sobre o Projeto Parcerias Sinfônicas
 
O Projeto Parcerias Sinfônicas Sesc é mais uma ação institucional em prol da valorização da cultura potiguar, realizada por meio da formação musical e do incentivo ao surgimento de novos talentos. Ao ampliar a oferta de concertos e de shows gratuitos de qualidade para toda a sociedade, a iniciativa democratiza o acesso à cultura.
 
A proposta do projeto, que começou em 2011, é de promover parcerias entre Sesc e orquestras, grupos sinfônicos e camerísticos, solistas, arranjadores, compositores e produtores, de modo a incentivar a produção musical local, com foco na formação de músicos e de plateia. Em 2011, ano da 1ª edição, foi apresentado o show-concerto “Clássicos da MPB”; na 2ª edição, Luiz Gonzaga foi homenageado no ano do seu centenário (2012) com “Clássicos do Baião: Tributo a Gonzagão”. As articulações para a 3ª edição, que estreia ainda em 2013, já estão sendo feitas, e a novidade será divulgada em breve.
 
Serviço:
 
O quê? Espetáculo “Clássicos do Baião: Tributo a Gonzagão” será exibido pela SESCTV (canal de TV a cabo)
Quando? Dia 26/06, às 22h, com reprises
Quem participa? Orquestra Sinfônica da UFRN, Caio Padilha, Camila Masiso, Khrystal, Valéria Oliveira, Wigder Valle e Zé Hilton
 


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Postado por AssessoRN - Jornalista Bosco Araújo no AssessoRN.com em 6/17/2013 06:53:00 PM

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Lampião em Lucrécia - RN.


O DIA EM QUE "O CÃO DOS INFERNOS" PASSOU -11 DE JUNHO 1927-

 Quem segue pela rodovia estadual RN-117, a partir da cidade de Olho D"água dos Borges em direção a Umarizal, vai encontrar em um determinado ponto a esquerda um entroncamento onde tem início a RN-072. Estrada com pouco ou quase nenhum acostamento e algumas curvas sinuosas, mas que chama a atenção de quem segue por este caminho pela interessante visão dos contrafortes da grande Serra de Martins.

Distante cerca de 360 quilômetros de Natal, a cidade de Lucrécia continua calma e a vida segue tranquila e devagar para seus mais de 3.600 habitantes.

Mas em 1927 a coisa foi bem diferente.

No dia 11 de junho daquele ano algumas pessoas que seguiam do povoado de Boa Esperança, davam conta aos proprietários rurais que um grande bando de cangaceiros, comandados pelo terrível Lampião, estava vindo pela estrada. As informações eram desencontradas e imprecisas, mas não era necessário muito entendimento para saber que o melhor era sair do caminho desta gente e todos diziam que "Lampião vem aí".

Ao anoitecer daquele sábado, alguns assombrados retirantes informavam que o bando havia atacado Boa Esperança, provocando muitas desgraças e atingindo várias pessoas. Após deixarem a pequena vila, a turba de saqueadores encourados atacou a propriedade denominada Mombaça, do fazendeiro Frutuoso Gomes.

Através de informações do amigo Rivanildo Alexandrino, no período do ataque havia no lugar no máximo quinze residências. O bando de Lampião invade primeiramente a casa de José Gomes. Na residência de Frutuoso eles interrompem uma novena e em um inusitado gesto de boa vontade, procuram distribuir cortes de fazenda a população local, que foram roubados em Boa Esperança. Mesmo assim ocorreram espancamentos e saques.

Aspecto atual da sede da propriedade Cacimba de Vaca, atacada por Lampião e seus homens, encontrava-se vazia e foi depredada.

Seguem depois para outras propriedades, mas Lampião tem a informação que o melhor está cerca de meia légua para frente e é uma fazenda denominada Cacimba de Vaca.


O seu proprietário, Joaquim Dias da Cunha, tido como homem de dinheiro, soube do avanço da tropa de sicários e não perdeu tempo. Pegou seu povo e suas riquezas e tratou de fugir. Esta fuga enraiveceu Lampião e o bando descontou a desdita numa extensa lista de depredações, um incêndio criminoso ao paiol de cereais e de utensílios rurais.

Na atualidade, em relação à residência de Joaquim Dias a mesma foi extensamente reformada, sendo completamente alterada, não deixando, mas nenhuma característica daquele período. Mas até a última reforma era possível, segundo seus atuais moradores, ver as marcas de balas na parte superior da edificação.

No Sítio Cruz, na zona rural de Frutuoso Gomes, encontramos o agricultor Glicério Cruz e sua família. Aos 96 anos, seu Glicério continua altivo e memorioso, onde recordou o medo das pessoas da região quando da passagem de Lampião e seu bando por Lucrécia.

Em setembro de 2009 encontramos ainda altivo e extremamente animado e simpático, o agricultor aposentado Glicério Cruz. Vivendo em um antigo grupo escolar com sua família, Seu Glicério não se deixa abater pela precariedade de suas condições e dialoga animadamente sobre Lampião. Para ele, que tinha quatorze anos na época do ataque, Lampião vinha "como o cão dos infernos", quebrando e destruindo tudo pela frente. Ele e sua família, ao primeiro alarme da presença do bando na região, trataram de se abrigar no alto da Serra de Martins.
 NOVOS ATAQUES


Na atual zona urbana de Lucrécia, as margens da RN-072, encontramos uma antiga casa bem preservada e que em setembro de 2009 havia sido recentemente pintada de branco. É a antiga sede da Fazenda Castelo.

Na noite de 11 de junho os bandidos adentraram casas de moradores, simples choupanas, onde o agricultor Raimundo Alves de Oliveira foi ferido a bala e só não passou desta para melhor porque se fingiu de morto. Infelizmente Raimundo carregaria pelo resto da vida um aleijão no braço atingido, decorrente do disparo.

Atual estado da casa da Fazenda Castelo.







     
Atual estado da casa da Fazenda Castelo.
Sobre a invasão da residência mais importante da propriedade não existem maiores informações. Inclusive chegamos a suspeitar que esta casa houvesse sido construída após a passagem do bando. Entretanto, ao buscarmos contato com as pessoas mais idosas na cidade, estas informavam não terem dúvidas sobre a antiguidade do lugar e que a mesma pertencia na época a Elias Leite. Esta informação é corroborada na página 73, do livro "Relação dos Proprietários e dos Estabelecimentos Rurais Recenseados no Estado do Rio Grande do Norte em 1920", que aponta o mesmo lugar como pertencente a Elias da Silva Leite.

Além de sua localização excepcional, o seu estado de conservação é ímpar, sendo considerado um marco histórico por ser uma das residências mais antigas e precursoras da povoação.

Assobradada, com muitos cômodos, a residência se apresenta atualmente sem moradores, mas seus atuais proprietários estão mantendo o local em bom estado de conservação e, segundo os moradores mais idosos com quem tivemos oportunidade de conversar, preservando a originalidade.









Capela da fazenda Castelo.  
No terreno ao lado da sede da fazenda Castelo se encontra uma bem preservada capelinha dedicada a Nossa Senhora da Guia. Já em relação a este local não foi possível saber se a mesma foi construída como uma promessa por alguma graça alcançada diante dos sicários.

Um último apontamento informa que o local foi utilizado para a fabricação de uma aguardente chamada "Castelo".


O SOFRIMENTO DE EGIDIO E DONATILA LEITE


Egídio Dias da Cunha


Egídio Dias da Cunha, e sua mulher, Donatila Leite Dias eram os proprietários do próximo alvo, a Fazenda Serrota, ou Serrota dos Leites.

Egídio soube da presença do bando na região, mas desdenhou do fato. Passava das onze da noite quando sua mulher lhe alertou haver escutado alguns tiros em direção à fazenda Castelo. Novamente o fazendeiro não aproveitou os avisos e não saiu da sua propriedade.

 
Donatila Leite Dias


Logo a desgraça, na forma de um bando de cangaceiros fedorentos, batia a sua porta. Para Lampião foi uma satisfação saber que acabava de encontrar um dos filhos de Joaquim Dias, da fazenda Cacimba de Vaca e que agora poderia arrancar algum dinheiro do abastardo genitor de Egídio. Seu resgate foi avaliado em dez contos de réis.
 
Placa existente na casa.


Comentários existentes na região afirmam que a violência dos bandidos foi intensa, principalmente contra Donatila Leite. Móveis foram quebrados, baús foram destruídos, seus conteúdos espalhados. Os homens buscaram na cozinha alimentos e um pote de água foi quebrado na sala. Tudo foi revirado, vários objetos roubados e alimentos foram levados.

Casa de Egídio.
  
Outras duas casas da Serrota, as dos moradores Chagas Manoel e Raimundo de Paula Cosme, foram igualmente invadidas, com surras e saques dos moradores.

UMA PRETENSA RESISTÊNCIA

Com a saída dos cangaceiros do sítio Serrota e a prisão de Egídio, a notícia se espalha entre vários parentes e amigos. Logo um grupo de moradores da região decide com extrema coragem, sair em busca daqueles que pudessem ajudar a levantar a quantia estipulada por Lampião no povoado de Gavião, atual cidade de Umarizal, para soltar o popular Egídio.

Estrada que, segundo os moradores da região, foi à mesma utilizada pelo bando para chegarem a região do Caboré.

O grupo era pequeno, com um número que aparentemente chega a quatorze e só quatro deles, Bartolomeu Dias, Francisco Canela, João "Bolacha" e Sebastião Trajano, eram os únicos que os pesquisadores do assunto apontam como possuindo rifles. O resto da tropa levava armas curtas, espingardas de soca e facões. Este grupo conhecia os caminhos, provavelmente confiavam no fato de ser período de lua cheia e que isto facilitaria o trajeto. A frente destes homens seguia Emídio Dias, irmão do sequestrado.

Enquanto se desenrolava esta situação, na região do sítio Caboré, cansados pelo deslocamento, esgotados pelas ações e pelo alto consumo de cachaça, o bando decidiu descansar, próximo ao casebre de um cidadão conhecido como José Alavanca, que atualmente não existe mais.

Por volta das três da manhã o grupo comandado por Emídio Dias chegou a esta casa humilde em busca de informações. O que eles não sabiam era que um cangaceiro, facilitado pelo luar, vigiava os movimentos do grupo.

No local conhecido como "Serrote da Jurema" foi armada uma emboscada pelo bando de experientes combatentes. Logo abriram fogo contra a incipiente tropa. Como resultado Bartolomeu Dias, Francisco Canela e Sebastião Trajano tombaram e o resto fugiu em franca debandada. A vingança do bando de Lampião nos corpos dos amigos de Egídio foi terrível. No outro dia foram transportados em redes para Martins, feitos os exames cadavéricos e enterrados no cemitério local.

Cruz dos três heróis



Fonte do blog de jatão vaqueiro

terça-feira, 11 de junho de 2013

Claver Grilo faleceu em 30 de abril.

terça-feira, 11 de junho de 2013


MINHA HOMENAGEM A CLAVER FERREIRA GRILLO -

                Ormuz Simonetti e o casal Claver e Ilze na rua residencia em João Pessoa

No último dia 30 de abril de 2013, faleceu em João Pessoa onde residia, com a idade de 99 anos e 313 dias, o meu amigo e primo CLAVER FERREIRA GRILLO. 
Nascido em 21 de junho de 2013, na cidade de Bananeiras-PB, era neto de ESTEVÃO JOSÉ DA ROCHA, natural de Pedra Lavrada-PB e falecido  em Bananeiras-PB em 30.03.1874, casado com Maria Magdalena das Dores Farias da Rocha, o legítimo “BARÃO DE ARARUNA”.
O título nobiliárquico de Barão foi concedido por Decreto de 17 de maio de 1871, pela Princesa Isabel.

Claver Grillo era filho de Lindolfo Américo Ferreira Grilo (17.07.1863/10.07.1955) e Francisca Ramalho Ferreira Grillo (2.03.1871/2.05.19338). Por sua vez, Lindolfo era filho de GUILHERMINA FERREIRA DA ROCHA GRILLO nascida em Bananeiras-PB e FRANCISCO DE PAULA FERREIRA GRILLO, nascido em Goianinha-RN.

GUILHERMINA FERREIRA DA ROCHA GRILLO era a sétima filha doBarão de Araruna, de uma prole de 11 filhos sendo 8 homens e 3 mulheres.

                             Lindolfo Ferreira Grillo

Claver era casado com Maria Ilze Bezerra Grillo e o casal teve 10 filhos.

No próximo dia 20 quinta-feira, a Câmara Municipal de Bananeiras-PB, prestará homenagem-póstuma ao ex-vereador CLAVER FERREIRA GRILLO, onde exerceu cinco legislaturas no período de 1947/l967 portanto, 20 anos dedicados à sua terra e sua gente.


Fonte: blog Genealogia e História , de Ormuz Simonetti.