O Papa Francisco, em recentemente
pronunciamento, exortou os burocratas do Vaticano a trabalharem mais e fofocarem menos porque a fofoca é altamente deletéria e
desagregadora, pois os objetivos dos fofoqueiros são múltiplos. O Papa
Francisco, que muitos já consideram um
revolucionário e popular, capaz de transformar a Igreja Católica Romana numa
igreja progressista. Mas o Papa se defrontou com um grande contingente de
fofoqueiros no Vaticano, segundo a imprensa nacional e estrangeira. Dou por
vista a rede de intrigas nos corredores dos milenares prédios e corredores de
Roma, envolvendo sacerdotes e burocratas que pululam o território livre da Santa Madre Igreja.
Para o caro leitor ter uma ideia do que pode ocorrer num ambiente
coletivo, leia o trecho de um artigo
supimpa do procurador Miguel Josino Neto, que
transcrevo abaixo:
Invejas,
fofocas e intrigas.
Miguel Josino Neto
(Extraído do Jornal de Hoje, Natal/RN, de
05.11.2008 – p.2).
"Dos sete pecados capitais, talvez
a inveja seja o mais evidente no ambiente de trabalho. Inveja,
etimologicamente, provém do latim “invidére” (que tem ou lança mau-olhado). Há
inveja pra todo gosto. Às vezes, explícita, outras vezes às escondidas, a
inveja habita o ambiente corporativo. È “cobra engolindo cobra”. Nas
repartições públicas, dentro dos órgãos, secretarias, ministérios, em todos os
poderes e em todos os níveis, na iniciativa privada, nas associações e
entidades de classe, a inveja existe, invariavelmente, é deletéria,
prejudicando não apenas o ambiente de trabalho, mas gerando prejuízos
significativos às organizações e ao Poder Público.
A inveja costuma andar a solta
pelos corredores, salas, ante-salas e banheiros dos ambientes de trabalho. Ela
está por toda parte. Em geral é dissimulada e usualmente o invejoso é
perigosíssimo, porque como o número de obtusos e medíocres é grande, ocorre uma
reunião por osmose e as hordas dedicam sua energia a destilar veneno, rancor,
frustração, mágoa e ressentimentos contra o(s) invejado(s). Inseguro, medroso,
covarde, com baixa auto-estima, o invejoso é é malicioso, ruim, um ignorante
que tem horror à inteligência e, em geral, tem algum tique nervoso ou usa
chavões. È um infeliz, capaz de condenar um inocente e de inocentar um culpado.
Aliás, já há especialistas em
detectar o chamado “invejoso organizacional”. Ignorante dos saberes das coisas
e do saber de si mesmo, o invejoso organizacional não se reconhece como tal.
Vive se fazendo de vítima, fazendo fofocas, criando embaraços, injuriando e
difamando companheiros de trabalho, quando não inventando mentiras, com o
objetivo de aniquilar o “colega” a qualquer preço. Há também o invejoso
opressor, aquele que não admite nada como bom e bem feito, trocando meia dúzia
por seis em qualquer trabalho que lhe chegue às mãos, só para dizer que sabe
mais que o autor original. E há o invejoso procrastinador, verdadeira pedra no
caminho da produtividade, se interpondo a tudo de bom que lhe chega às mãos,
pela raiva de não ter sido o gerador da ideia, do projeto. Muitos perigosos são
os invejosos neuróticos, que dão um tiro no pé, chegando a falirem a própria
empresa por inveja dos sócios. A inveja dos fins também marca presença nesta
seara, porque há os que invejam o reconhecimento de quem obtém bons resultados,
seja por possuir a inteligência que gera ideias brilhantes ou por ser um
trabalhador ferrenho que tira leite de pedra e é gente que faz.
A inveja, além do mal que causa
ao invejoso infeliz e recalcado, é ruim para o invejado que, às vezes
incomodado com a influência negativa, o “olho gordo”, não consegue produzir em
paz, não se sente bem no trabalho, sente o ambiente ”carregado” e, conseqüentemente,
não produz o que pode com os
conhecimentos e capacidades que possui. O invejado não consegue, às vezes,
colocar seu talento a serviço da organização em razão dos maus fluidos do
espaço profissional.
A inveja gera a fofoca e esta a
intriga. A fofoca decorrente da inveja já abalou mercados, já derrubou chefes,
já arruinou casamentos, já destruiu famílias”.
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