Nada marca
tanto a nossa vida quanto o nosso passado estudantil. Os anos que passamos nos
bancos escolares, além de ficarem indelevelmente em nossas lembranças, ainda
nos fazem relembrar dos tipos pitorescos que foram nossos colegas de escola.
Não conheço
ninguém que não tenha uma (ou mais) história jocosa do seu tempo de estudante.
Dos muitos
causos que guardei, do nosso querido Ginásio Diocesano Seridoense (GDS), de
Caicó (RN), eis aqui um deles.
No ano de
1955, oriunda do Curso de Admissão, nossa turma foi cursar a primeira série do
Curso Ginasial, quando fomos apresentados à Língua Francesa.
O nome de
batismo dele era Manoel, que, nas primeiras aulas, se encantou perdidamente por
aquela bela língua falada na distante Europa.
Como muitos
de nós, ele era uma pessoa de família humilde e seu pai tinha uma banca de
frutas na feira livre de Caicó, onde, aos sábados, ele o ajudava nas suas
lides.
E foi
naquela banca de feira onde tudo aconteceu. Conta a lenda que, já no primeiro
sábado de março de 1955 (dia da feira livre de Caicó), após uma semana de aulas
de Francês, o nosso colega já quis demonstrar para a clientela do seu pai que
ele já começava a dominar aquele idioma românico.
E num pregão
que ele, normalmente, anunciava na nossa língua pátria (e em seridoês), estava
sendo gritado assim:
– Les banês, quem vai querrê, quinhentôs rês!
(¹)
Daí, então,
até a sua prematura morte, o seu apelido passou a ser “Manoel Le Banê”.
(¹) Tradução: Bananas, quem vai querer,
quinhentos réis.
*Escritor, funcionário aposentado do Banco
do Brasil / com post na página Bar de Ferreirinha.
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Postado por AssessoRN - Jornalista Bosco Araújo no AssessoRN.com em 9/11/2016 10:01:00 AM
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