SEGUNDO PC, ELE LIDERAVA GRUPO QUE EXPLODIA CAIXAS ELETRÔNICOS NA PB E PE. SUSPEITO TENTOU FUGIR, MAS FOI PRESO NO AGRESTE PARAIBANO.
Do G1 PB
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Empresário, acusado de chefiar quadrilha especializada em explosões de caixas eletrônicos, foi preso na cidade de Bananeiras, na Paraíba (Foto: Diogenes Fernandes/Polícia Civil)
De acordo com informações da Polícia Civil, a prisão do empresário aconteceu após uma denúncia anônima e ocorreu num condomínio no distrito Chã de Lindolfo, zona rural de Bananeiras. Ele ainda tentou fugir pulando um muro e se machucou, mas acabou capturado pelos policiais. No momento em que foi capturado , o suspeito estava portando documentos falsos.
Ainda conforme a Polícia Civil, a suspeita é que o empresário estivesse planejando outro ataque a explosões de caixas eletrônicos na região paraibana. Ele vai responder pelos crimes de falsidade ideológica, associação criminosa, furto qualificado e roubo. Erivaldo Nascimento foi encaminhado para a Delegacia de Solânea, onde prestou depoimento e deve ser levado para a cadeia pública da cidade.
Erivaldo Nascimento dos Santos é suspeito de ser um dos líderes de uma quadrilha que explodia caixas eletrônicos na Paraíba e no Pernambuco e já havia tido o mandado de prisão expedido pela Justiça na quarta-feira (22). Ele é apontado como o dono de um arsenal que foi encontrado nas cidades de Queimadas e Barra de Santana, no mês de novembro do ano passado.
Ainda conforme a Polícia Civil, o empresário Erivaldo Nascimento dos Santos, conhecido como "Neguinho do Gás", atua em Campina Grande, no ramo de revenda de gás de cozinha e similares. A investigação já durava meses e após exames periciais ficou constatado que as armas apreendidas serviam a uma quadrilha que explodia caixas eletrônicos. Dentre os armamentos estavam fuzis de fabricação russa.
Polícia prende acusados de tráfico de drogas e homicídios em Bananeiras
Publicado em quinta-feira, fevereiro 23, 2017 ·
Uma operação realizada pelas Polícias Civil e Militar desarticulou uma quadrilha responsável por tráfico de droga e homicídios na cidade de Bananeiras/PB, onde quatro pessoas foram presas, veículos, armas utilizadas nos crimes e drogas apreendias na tarde desta quinta-feira (23).
Na última semana, três mortes foram registradas na cidade de Bananeiras, sendo as vítimas usuárias de drogas e ex-presidiárias.
De acordo com o delegado Seccional de Solânea, Diógenes Fernandes, há oito meses que a cidade de Bananeiras não registrava crime de homicídio, e esses casos repentinos chamaram a atenção das polícias que, desencadeando a operação desta quinta, ficando provado que as ordens partiram de Késsio Andrade, que se encontra preso no presídio de Guarabira, enviando criminosos da cidade de João Pessoa para se juntar com um irmão Bruno e outros comparsas para executar as vítimas, todas devedoras de droga.
Os acusados presos na operação foram: Késsio Silva de Andrade, 29 anos, Bruno Silva de Andrade, 18 anos, Renato Santiago Pereira, 22 anos, Anderson Carlos alda Silva, 19 anos e José Carlos Daniel Silva, 43 anos. Todos foram encaminhados a cadeia local.
Presos em Bananeiras ontem.
Fonte: Focando a Focando a Notícia com Assessoria da Polícia Civil
O vasto buraco negro no centro da Via Láctea fez sua "última ceia" há cerca de 6 milhões de anos, quando ingeriu uma enorme massa de gás, absorvida por sua implacável força gravitacional
O banquete deve ter causado uma forte indigestão, uma vez que o buraco estufado logo "arrotou" uma bolha de gás gigante, que pesa o equivalente a milhões de sóis e vaga agora acima e abaixo do centro da nossa galáxia.
As estruturas gigantescas, conhecidas como bolhas de Fermi, foram descobertas em 2010 pelo telescópio espacial de raios gama Fermi, da Nasa. Mas pouco se sabia, até agora, sobre sua origem e idade.
Com o auxílio do telescópio espacial Hubble, também da Nasa, os astrônomos conseguiram calcular com mais precisão em que época as bolhas se formaram.
"Pela primeira vez rastreamos o movimento do gás frio por meio de uma das bolhas, o que nos permitiu registrar a velocidade do gás e calcular quando as bolhas se formaram", explicou Rongmon Bordoloi, pesquisador do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, e diretor do estudo.
"Descobrimos que este evento impressionante ocorreu entre 6 milhões e 9 milhões de anos atrás. Pode ter sido uma nuvem de gás fluindo para o buraco negro, que disparou jatos de matéria, formando os lóbulos duplos de gás quente que vemos hoje em observações de raios-X e raios gama", acrescentou Bordoloi.
Segundo ele, desde então, o buraco negro só faz pequenos "lanches".
O buraco negro é uma região densa e compacta do espaço com uma força gravitacional tão forte que nenhuma matéria, nem mesmo a luz, consegue escapar.
O buraco negro no centro da Via Láctea comprime uma massa equivalente a 4,5 milhões de estrelas do tamanho do Sol em uma pequena área do espaço.
Uma matéria que se aproxima demais do buraco negro é atraída por sua poderosa gravidade, girando em torno dele até, finalmente, ser absorvida para seu interior.
No entanto, parte desta matéria fica tão quente que consegue escapar por meio do eixo de rotação do buraco negro, criando uma formação que se estende acima e abaixo do plano da galáxia. No caso da nossa galáxia, tratam-se das bolhas de Fermi.
O estudo do MIT é uma continuação das observações feitas anteriormente pelo Hubble, em que a idade das bolhas foi estimada em 2 milhões de anos.
As novas conclusões foram baseadas em observações do Cosmic Origins Spectrograph (COS), instalado no Hubble, que analisou o comportamento da luz ultravioleta emitida por 47 quasares.
Os quasares são os centros brilhantes de galáxias distantes. A luz de um quasar que passa através do centro da bolha da Via Láctea carrega informações sobre velocidade, composição e temperatura do gás no interior da bolha à medida que se expande.
Segundo o COS, a temperatura do gás na bolha é de cerca 9.800°C. Mesmo a essa temperatura, o gás ainda é muito mais frio do que aquele que é emanado, que chega a 10 milhões de graus Celsius.
O gás mais frio atravessa a bolha a uma velocidade de 3 milhões de quilômetros por hora. Ao mapear o movimento do gás através da estrutura, os astrônomos estimaram que a massa mínima das bolhas de gás frio dispersada é equivalente a 2 milhões de sóis.
Além disso, eles calculam que a ponta do lóbulo norte da bolha se estende a uma distância de até 23 mil anos-luz acima da galáxia.
De acordo com Bordoloi, os cientistas conseguiram rastrear os fluxos de outras galáxias, mas não tinham sido capazes de mapear o movimento do gás.
"A única razão pela qual pudemos fazer isso aqui é que estamos dentro da Via Láctea. Isso nos dá vantagem para mapear a estrutura cinemática das emanações da Via Láctea", disse.
"Os dados fornecidos pelo Hubble jogam uma nova luz sobre as bolhas de Fermi", acrescenta o coautor do estudo, Andrew Faox, do Instituto de Ciência de Telescópios Espaciais, em Baltimore, nos Estados Unidos.
"Antes, a gente sabia o quão grande eram e quanta radiação era emitida; agora sabemos a que velocidade se movem e que elementos químicos contêm. É um grande avanço".
BRASIL
Há um ano Dilma dava a última cartada
Após nomeação de Lula como ministro para tentar pacificar base aliada, divulgação de grampo telefônico do ex-presidente desgastou ainda mais imagem dos petistas e deu força ao impeachment, selando o destino de Dilma.
Deutsche Welle - 17.03.2017
Dilma e Lula após nomeação do ex-presidente para a Casa Civil
Há um ano, a última tentativa de Dilma Rousseff de estabilizar seu governo e salvar seu mandato fracassou espetacularmente. Após meses de turbulência, a presidente decidiu nomear o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu mentor e padrinho político, como um "superministro" da Casa Civil para tentar pacificar a base aliada e, assim, frear o andamento do processo de impeachment.
A nomeação de Lula para um posto-chave já vinha sendo especulada há meses. Petistas saudosos do ex-presidente e descontentes com a atuação de Dilma celebraram, apontando que o governo iria agregar a capacidade de articulação política e de comunicação de Lula – qualidades que faltavam em Dilma. O presidente do PT, Rui Falcão, deu o tom do que se esperava de Lula ao chamá-lo de "o ministro da esperança".
Mas ao olhar apenas para os possíveis ganhos, o governo Dilma e os petistas acabaram ignorando o alto risco dessa estratégia, que no mínimo iria escancarar ainda mais a incapacidade político-administrativa da presidente. A desgastada Dilma arriscava virar uma líder decorativa. Críticos disseram que Lula estava assumindo um "terceiro mandato". O ex-presidente chegou fazendo exigências e falando em povoar os ministérios com nomes do seu antigo governo e em mudar a política econômica.
Só que em vez de capacidade de articulação, o ex-presidente acabou trazendo seus próprios problemas ao coração de um governo fragilizado. A nomeação veio na esteira de uma série de encrencas de Lula com a Justiça. Doze dias antes, ele havia sido levado coercitivamente pela Polícia Federal para prestar depoimento. Na semana anterior à nomeação, o Ministério Público de São Paulo apresentou uma denúncia contra o ex-presidente e pediu sua prisão.
Nesse contexto, a indicação foi encarada como uma tentativa de afastar Lula da Justiça comum e blindá-lo com o foro privilegiado reservado aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Jornais resgataram uma antiga frase proferida por Lula nos anos 80: "quando um pobre rouba, vai para a prisão; quando um rico rouba, vira ministro". Críticas também vieram da imprensa internacional. O The New York Times escreveu que "os brasileiros estão enojados de seus líderes, com razão."
Dilma havia subestimado o desgaste da imagem pública de Lula. Mas a rejeição das ruas não desempenhou um papel decisivo no fracasso da cartada. Esse papel foi reservado ao juiz Sérgio Moro, o responsável por analisar os casos da Operação Lava Jato na primeira instância.
A noite dos grampos
Com uma atuação dura nos tribunais, mas até então publicamente discreta, Moro tomou a decisão que incendiou de vez a controvérsia. Horas depois do anúncio pelo Palácio do Planalto, jornalistas que normalmente cobrem a atuação da Lava Jato foram avisados de que Moro havia decretado o fim do sigilo sobre uma série de gravações de telefonemas do ex-presidente.
Entre essas conversas estava um diálogo que acabou sendo considerado pela imprensa a "arma fumegante" e uma prova de que a nomeação de Lula era uma tramoia para livrá-lo da Justiça comum – e a conversa envolvia justamente a então presidente Dilma. Uma leitura dramática dos diálogos pelos apresentadores do Jornal Nacional ajudou a potencializar tudo.
A conversa mais reveladora foi captada no mesmo dia da nomeação de Lula. Nesse diálogo de apenas 1 minuto e 35 segundos, Dilma disse a Lula que estava enviando um emissário para lhe entregar o termo de posse. A presidente disse ainda que ele deveria usar o documento "em caso de necessidade", o que sugeria que o termo era também uma espécie de salvo-conduto caso uma ordem de prisão fosse expedida.
A reação foi imediata, milhares de pessoas saíram às ruas para protestar em diversas cidades. A oposição aumentou o volume das críticas. O jornal alemão Süddeutsche Zeitung resumiu o episódio todo com a frase: "Atualmente nada mais é inimaginável no Brasil".
Protesto na Avenida Paulista na noite da divulgação dos grampos
No meio do escândalo, passou praticamente despercebido que a gravação desse diálogo específico ocorreu duas horas depois de uma ordem do próprio Moro para interromper as interceptações.
Também surgiram questões sobre a legitimidade da divulgação de conversas envolvendo a presidente. Com a nomeação de Lula, esperava-se que Moro remetesse as investigações contra o ex-presidente ao STF. Antes disso, ele resolveu tornar público o que tinha.
No entanto, as críticas ao juiz acabariam sendo diluídas em meio à tempestade que o caso gerou no governo. Os grampos telefônicos fizeram com que diversos juízes federais concedessem liminares para barrar a posse de Lula por suspeita de obstrução da justiça.
Efeito devastador
Lula chegou a tomar posse no dia seguinte, mas, pouco depois, o ministro do STF Gilmar Mendes, um notório crítico dos petistas, tomou a decisão de suspender a nomeação até que o caso fosse analisado. Até hoje o STF não revisou a liminar em plenário ou respondeu à pergunta se Lula poderia ter sido ministro ou não.
Moro chegou a receber um puxão de orelhas de outro ministro do STF, Teori Zavascki, então relator da Lava Jato. O juiz paranaense fez uma espécie de mea culpa ao apresentar "respeitosas escusas" ao tribunal pela polêmica gerada pelo caso. A partir daí, críticas pontuais à atuação de Moro se tornaram mais comuns no meio jurídico e em alguns setores da imprensa, mas sua imagem junto à opinião pública continua bastante favorável.
O juiz Sérgio Moro incendiou a controvérsia ao divulgar grampos, mas sua imagem junto à opinião pública continuou favorável
Para Dilma, o efeito do episódio foi devastador. O fracasso em trazer Lula ao governo ajudou a desagregar ainda mais o que restava de sua base aliada. O então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), ganhou mais força para reiniciar o processo de impeachment, que vinha se arrastando desde dezembro de 2015.
Na mesma semana, entidades antes hesitantes, como a Ordem dos Advogados Brasil (OAB), anunciaram seu apoio ao impeachment. Sem Lula no governo, dezenas de deputados que ensaiavam uma reaproximação com base nas promessas do ex-presidente de dar um novo rumo ao Planalto se voltaram de vez contra Dilma.
Um dia depois do imbróglio, a Câmara finalmente elegeu os integrantes da comissão especial responsável por analisar o processo de afastamento de Dilma. Pouco menos de um mês depois, o caso foi levado ao Plenário da Câmara, onde uma votação arrasadora praticamente selou a sorte da presidente.
O episódio ainda rendeu problemas legais para Dilma. No momento, ela e Lula são alvo de um inquérito no STF que apura as circunstâncias da nomeação e a suspeita de que eles atuaram para obstruir o trabalho da Justiça.
A TRAJETÓRIA POLÍTICA DE LULA
Lula e as greves do ABC
Em 1975, Lula foi eleito presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema e ganhou projeção nacional ao liderar uma série de greves no final da década. Em 1980, foi preso e processado com base na Lei de Segurança Nacional após comandar uma paralisação que durou 41 dias. Lula ficou 31 dias no cárcere do Dops (Departamento Estadual de Ordem Política e Social).
Em 15 de abril do corrente ano realizar-se-á, pelas 9h00 em primeira convocação ou pelas 9h30 em segunda convocação, a eleição para a nova direção do Condomínio Águas da Serra Haras Golf.
o Grupo que ora se apresenta fez sua inscrição para concorrer, formando a Chapa intitulada “UM CONDOMÍNIO PARA TODOS OS CONDÔMINOS”.
Em anexo, Carta Aberta na qual apresenta ideias, as quais delimitará futuro programa de metas.
Esperamos a participação de todos para o engrandecimento do nosso Condomínio.
Área de anexos
Já se propaga um movimento de mudanças no condomínio Àguas da Serra, criado pelo professor Alírio Trindade, natural de Parelhas, hoje um próspero empresário em bananeiras/PB. Vários condôminos se movimentam para elegerem uma nova direção, no dia 15 de abril.
sábado, 11 de março de 2017
Lula vai anunciar candidatura a 2018 até ao final do mês
dn.pt
Viuvez, sondagens e problemas judiciais aceleraram decisão. Antigo presidente falará já como concorrente num evento no Nordeste. Manifesto de artistas serviu de arranque
Um manifesto de 400 artistas e intelectuais a pedir a candidatura de Lula da Silva à presidência marcou o início oficioso da corrida eleitoral do ex-presidente ao Palácio do Planalto. "Para o povo brasileiro recuperar o orgulho, a dignidade e a autonomia que perdeu", atores como Dira Paes e Marieta Severo, músicos como Martinho da Vila e Beth Carvalho e escritores como Fernando Morais, Leonardo Boff e Fábio Comparato assinaram o documento. E, claro, Chico Buarque, um apoiante de primeira hora do PT e de Lula. Caetano Veloso e Gilberto Gil, seus contemporâneos e parceiros musicais, preferem outras opções.
O discurso oficial do candidato, que fará 73 anos no mês das eleições, outubro de 2018, e já presidiu o país de 2002 a 2010, será em Monteiro, o pequeno município onde todos os caminhos políticos do Brasil vão desaguar. Lá, o presidente em exercício Michel Temer inaugurou recentemente a Transposição do Rio São Francisco, que porá fim a séculos de seca no Nordeste. O pré-candidato presidencial Geraldo Alckmin planeia ir na semana que vem recordar que foi ele, enquanto governador de São Paulo, quem emprestou tecnologia essencial à conclusão da obra. E Lula, o chefe do Estado em cuja gestão se iniciou o processo, falará aos monteirenses, e por extensão a todos os brasileiros, como concorrente às eleições, pela primeira vez, no fim do mês.
O primeiro passo de Lula para assumir a candidatura foi aceitar ser presidente do PT, depois de concluir que só ele pode unir um partido desmoralizado pelo impeachment de Dilma Rousseff, dizimado nas eleições municipais e dividido em correntes. "As correntes do partido, as principais lideranças, o próprio Rui Falcão, atual presidente do PT, e os amigos conseguiram convencê-lo de que ele tem de ser o próximo comandante, o que será referendado em congresso em junho", revelou o Brasil 247, jornal digital ligado ao partido.
Para tal, diz ainda o jornal citando fontes próximas de Lula, contribuiu a morte em fevereiro de Marisa Letícia, sua mulher. Disse o ex--presidente a amigos que sente saudades "de entrar em casa e, mesmo brigando com ela, saber que ela estava lá", por isso, "decidiu, por um lado, mudar de casa e, por outro, colocar o pé na estrada", começando pela tal visita a Monteiro, na Paraíba.
Com a economia na boca do povo, o antigo presidente tem-se reunido com especialistas da área para a elaboração do que chamará uma "nova plataforma" que visa apresentar soluções para o futuro sem esquecer de atacar o presente, leia-se o governo Temer, e lembrar o seu passado no Planalto - por isso, o tema da Transposição do Rio São Francisco é visto como oportunidade de ouro.
Na política, escreve a colunista da Globo News Cristiana Lôbo, "a ideia é enterrar de vez o discurso do "golpe", que, segundo Lula, já se esgotou", e capitalizar as sondagens - nas últimas, de finais de janeiro, o ex-sindicalista liderava todos os cenários de primeira e segunda voltas à frente de Marina Silva e Ciro Gomes, da área da esquerda, de Aécio Neves e de Geraldo Alckmin, do centro-direita, e de Jair Bolsonaro, um adepto da ditadura militar. Criar candidaturas fortes à Câmara dos Deputados, cuja importância na vida política nacional ficou evidente na queda de Dilma, e dividir com uma direção experiente a tarefa de fazer alianças regionais no emaranhado puzzle eleitoral brasileiro são as outras prioridades.
O envolvimento com a justiça - é réu em cinco processos, incluindo na operação Lava-Jato -, embora pareça à partida um obstáculo, serviu de acelerador para a decisão, como escreveu no jornal O Estado de S. Paulo a jornalista Vera Magalhães. "A candidatura visa interditar, no grito, as investigações contra ele", afirma. Rui Falcão, um dos que defendem a tese de que será muito mais difícil criminalizar um Lula candidato do que um Lula não candidato, já disse a propósito que impedir a candidatura de Lula com base em questões legais seria "o golpe dentro do golpe".
Em Sâo Paulo
quarta-feira, 8 de março de 2017
A menina pobre que viveu em caverna no Brasil e virou escritora de sucesso na Suécia
"Christiana, me prometa uma coisa. Aconteça o que acontecer na sua vida, nunca pare de caminhar", disse certa vez sua mãe, naqueles tempos miseráveis em que ela se chamava Christiana Mara Coelho.
Sua primeira casa foi uma caverna no Parque Estadual do Biribiri, reserva natural próxima à cidade mineira de Diamantina. A segunda, uma favela de São Paulo. Mas quando ela tinha oito anos de idade, tudo iria mudar: um dos "pássaros de metal" que ela via voar no céu de São Paulo a levou para a Suécia, ao lado dos pais adotivos. E ela passou a se chamar Christina Rickardsson.
A história das duas vidas de Christina se tornou um best-seller na cena literária da Suécia, com título dedicado às palavras da mãe. Sluta Aldrig Gå (Nunca Pare de Caminhar), livro de estreia da autora brasileira que já não fala o português, será lançado no Brasil ainda neste semestre pela editora Novo Conceito, com tradução de Fernanda Sarmatz Åkesson.
Junto com o livro, aos 33 anos, Christina Rickardsson também realizou outro sonho: criar uma fundação de assistência a crianças carentes no Brasil, a Coelho Growth Foundation.
Caverna
Era uma manhã chuvosa quando sua mãe, Petronilia, a levou para viver em uma das cavernas do parque do Biribiri. Christina tinha 15 dias de vida, e ali seria a sua casa até os cinco anos de idade. Se chegou a conhecer o pai, ela não se lembra. Dizem que foi assassinado.
"Lembro que eu tinha muita fome", conta Christina em entrevista à BBC Brasil.
"Quando não encontrávamos o que comer na floresta, caminhávamos até a cidade e nos sentávamos na estação de ônibus para pedir esmolas e comida. Às vezes tínhamos sorte, e as pessoas eram gentis. Outros nos chamavam de ratos de rua, e cuspiam em nós."
À noite, ela tinha medo: dos escorpiões, das aranhas e das cobras que rondavam a caverna.
"Lembro de acordar várias vezes no meio da noite", diz Christina.
Mas ela também se lembra de uma infância amorosa.
"Na caverna, minha mãe me contava histórias sobre Deus, anjos e muitas outras coisas. Existiam muitas cavernas na região, mas não havia outras pessoas vivendo ali, como nós vivíamos. Era apenas eu e ela, e eu sentia que tinha toda o amor e atenção de minha mãe. Eu me sentia amada, e isso foi extremamente importante para a minha vida", diz.
Um dia, chegaram uns homens com seus cães, e elas foram expulsas da caverna. Foi quando Petronilia levou Christina para uma favela de São Paulo, onde ela passou a viver nas ruas enquanto a mãe buscava trabalho. Seu irmão, Patriqui, nasceu cerca de um ano depois.
Pouco antes de ser levada pela mãe para um orfanato, que Christina achava que era uma escola, ela viveu um trauma. Conta que viu a melhor amiga, Camille, ser assassinada por policiais na sua frente, quando as duas dormiam na rua.
Seu segundo choque aconteceu no dia em que os pais adotivos a levaram do orfanato, junto com o irmão Patriqui - que também ganhou um nome sueco, Patrik.
"Eles me disseram no orfanato que eu seria adotada, mas ninguém me explicou o que aquilo realmente significava", conta Christina. "Quando saímos do orfanato de mãos dadas com meus pais adotivos, vi que aquilo era real - aquelas pessoas estavam me levando embora."
O medo foi suavizado pela excitação de voar pela primeira vez num daqueles pássaros de metal. E só quando o avião pousou na Suécia, Christina percebeu que tinha deixado o Brasil.
"Minha mãe adotiva me mostrou um daqueles globos antigos, e apontou: aqui é a Suécia, ali é o Brasil. Eu vi aquele imenso oceano no meio, e foi então que percebi que eu não estava mais no meu país."
'Não sabia que a neve era fria'
O novo lar de Christina era Vindeln, um pequeno vilarejo de 2,5 mil habitantes situado no norte da Suécia, próximo à cidade de Umeå. E quando o inverno chegou, ela viu a neve pela primeira vez.
"Havia nevado muito durante a noite, e quando acordei achei que nossa casa estava cercada por uma imensa nuvem branca. Eu não sabia o que era neve. Saí então de casa, quase sem nenhuma roupa, e me joguei naquele tapete branco que cobria o chão", conta Christina.
"Não sabia que a neve era fria, e comecei a gritar", ela lembra. A mãe adotiva apressou-se em levá-la para um banho quente.
Tudo era estranho - o clima, a cultura, a língua.
"O mais difícil era que eu não podia me comunicar com ninguém. Meu irmão tinha menos de dois anos de idade. Minha mãe adotiva andava com um pequeno dicionário de português, mas não conseguia pronunciar direito as palavras", diz.
Christina viveria mais uma perda aos 16 anos, quando um câncer levou embora Lili-Ann, sua mãe adotiva.
Depois de 24 anos na Suécia, em 2015 ela decidiu voltar ao Brasil para procurar a família, a caverna e o orfanato da infância.
Sobre a busca da mãe biológica, prefere deixar que as respostas sejam encontradas em seu livro. Mas ela conta que está em contato com a família brasileira, e que aos poucos vai tentando reaprender o português.
"Falo só um pouquinho", ela diz, com um forte sotaque sueco.
Sucesso
Na Suécia, seu livro teve a tiragem inicial esgotada em apenas uma semana, alcançou o segundo lugar na lista dos mais vendidos e levou Christina Rickardsson aos principais veículos de comunicação do país.
"Quando cheguei à Suécia, percebi que meus amigos suecos tinham condições de vida muito diferentes daquelas que crianças como eu tinham no Brasil. Sempre quis então escrever um livro para contar como é crescer em um país onde a nem todas as crianças é dada a oportunidade de ter um futuro. E uma das coisas que a Suécia me ensinou é que, quando você dá a uma criança a chance de ter uma vida digna, ela vai agarrá-la."
A última página do livro é dedicada ao trabalho desenvolvido pela sua fundação, a Coelho Growth.
"Indico ali também o site onde as pessoas interessadas podem fazer doações, para que outras crianças brasileiras também possam ter um futuro", diz Christina.
A fundação já desenvolve projetos de assistência a crianças em uma creche e dois orfanatos de São Paulo - incluindo aquele onde Christina viveu. A autora conta que também iniciou um projeto de colaboração com as favelas de Heliópolis, em São Paulo, e do Complexo da Maré, no Rio de Janeiro.
Para o lançamento do livro no Brasil, Christina tem um plano: distribuir gratuitamente cerca de 1 mil exemplares para crianças carentes em favelas, além de doar cópias para bibliotecas locais.
"Uma das razões que me levaram a essa ideia foi a notícia de que o novo governo do Brasil vai congelar os gastos com educação, assim como no setor de saúde. É muito triste ver o que está acontecendo hoje no Brasil", diz Christina.
"Quero então levar força e esperança às crianças carentes brasileiras, e dizer a elas que, mesmo em tempos difíceis, nunca desistam. Nunca deixem de caminhar."