quarta-feira, 28 de novembro de 2012


Pense num decassílabo gostoso de ler!
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Peleja virtual de Ismael Gaião (IG) e Júnior Vieira (JV)

IG-  Eu sou um furo de espinho
Que entra como uma cunha
Entre o couro e a unha
Pelo seu dedo mindinho.
Sou um prego no caminho
Entrando no seu pé nu,
Sou almoço de urubu,
Sou o chulé no sapato…
Eu sou o mijo do rato,
Mas sou melhor do que tu.                           
 
JV- Sou um carrasco sem pena,
Eu sou o cocô do gato,
Sou um prego no sapato,
Sou sobejo de hiena.
Eu sou a gota serena,
Pior que cobra urutu,
Sou a bufa do timbu,
A mijada da ticaca,
Veneno de jararaca,
Mas sou melhor do que tu!                           

IG- Sou membro do mensalão
E a pregação de um crente.
Eu sou uma dor de dente
E a mágoa da traição.
Sou um petista ladrão.
Sou um corte com bambu.
Sou filho de belzebu,
Marido de uma “gaieira”
Sou sócio de Cachoeira,
Mas sou melhor do que tu!                           

JV- Eu sou a pior megera,
Doença que cai a língua.
Sou a mula que dá íngua,
Faço medo a besta fera.
Sou a doença que impera
No couro do cururu,
Serro te de caititu,
Que arranca os dedos da mão.
Sou o câncer de pulmão,
Mas sou melhor do que tu!

IG- Sou anão do orçamento
Que roubou nossa nação,
Picada de escorpião
E o coice de um jumento.
Sou pé frio d’um azarento,
Chifrada de boi zebu,
Mordida de pit bull,
Veneno de uma coral.
Sou o fim do carnaval,
Mas sou melhor do que tu!                          

JV- Sou o pior traficante,
Sou um rato de esgoto.
Eu sou o fim do arroto,
Sou patada de elefante.
Sou lepra contagiante,
Doença do gabiru,
Chefe do Carandiru,
Sou ladrão, sou desordeiro,
Estuprador, maconheiro,
Mas sou melhor do que tu!                           
 
IG- Eu boto fogo em mendigo
Que dorme pelas calçadas.
Em veado dou lapadas.
Qualquer criança eu castigo.
Sou a lagarta no trigo,
Na ferida, o tapuru…
Pra mulher sou brucutu,
Pro velho, dor de barriga.
Vivo procur ando briga,
Mas sou melhor do que tu!                           
 
JV- Quando meu pai mata um
Sou eu que assino embaixo.
Eu toco fogo em despacho
E sem remorso nenhum,
Eu provoco zum, zum, zum,
Faço o pior sangangu;
Meu pai cria buruçu…
É genética, a gente herda,
E boto fedor em merda,
Mas sou melhor do que tu!                           
 
IG- Sou um “bebo” pegajoso
Que cospe na tua cara.
Sou ferida que não sara,
Sou covarde e mentiroso.
Sou vagabundo e seboso
E aguado como chuchu.
Sou cobra surucucu
Engolindo um roedor.
Sou freguês mal pagador,
Mas sou melhor do que tu!                           
 
JV- Adoro falar mentira
E desconheço o perdão.
Eu inventei traição,
Tédio, ódio, raiva, ira…
Somente o mal me inspira,
Arranco carnegão cru,
Eu sou pivô de rebu,
Só compro tudo fiado,
Dou em cego e aleijado,
Mas sou melhor do que tu!                           
 
IG- Sou um grande puxa-saco
Sou traidor, inseguro…
Eu vivo em cima do muro,
Sou cafajeste e velhaco.
Jogo um irmão num buraco
Pra ganhar qualquer tutu.
Eu desafio o vodu
Para me dar bem na vida…
Sou justiceiro homicida,
Mas sou melhor do que tu!                           
 
JV- Puxo faca pra irmão,
Com minha mãe eu discuto,
Confesso que fico puto
Se não vejo confusão.
Viro frango, sapatão,
Passo quinau, dou pitu,
Abalei Caruaru,
Lá eu causei terremoto…
Só gente ruim eu adoto,
Mas sou melhor do que tu!               
 
IG- Sou chefe de um arrastão,
Sou decisão que malogra,
Sou a visita da sogra
Quando tem feriadão.
Sou Domingão do Faustão,
Sou sal grosso em cururu.
Sou tarado andando nu
Atrás de uma sodomia,
Sou um padre em pedofilia,
Mas sou melhor do que tu!                           
 
JV- Eu me viro na mazela,
Atrapalho a tua rima,
Sou bomba de Hiroshima,
Eu sou a febre amarela.
Pior que erisipela,
Sou espírito belzebu,
Me viro no cafuçu,
Rezo o credo atravessado,
Deixo o capeta amarrado,
Mas sou melhor do que tu!                           
 
IG- A migo Júnior Vieira
Tô adorando a peleja
Só tá faltando a bandeja
Pra gente fazer a feira…
Nessa nossa brincadeira
Eu me lembrei de Xudu.
Não sou um Zezé Lulu,
Porém não canto tão ruim…
Tu não ganhaste pra mim,
Também não ganhei pra tu!                           
 
JV- Ismael, pra encerrar
Desfaça que eu desfaço.
Me abrace que eu lhe abraço,
Pra quê a gente brigar?
E eu não quero botar
Veneno no teu angu…
Vamos pescar um pacu,
Pois aqui ninguém perdeu…
Nem tu és melhor que eu
Nem sou melhor do que tu!










segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Oxigene seu cérebro!

Tribuna do Norte - Natal/RN
25.11.2012.

Oxigene seu cérebro!

 Dr.  Jorge Boucinhas - médico e professor da UFRN

Todo trabalho, nisto incluído o intelectual, acarreta incremento da circulação cerebral. Ela leva ao cérebro, além dos elementos nutritivos, um elemento indispensável para o metabolismo, o oxigênio. As células nervosas, os neurônios, são mais sensíveis do que as outras células à privação gás. Experiências clássicas mostraram que um nervo de rã conservado num líquido apropriado perde sua excitabilidade em 3 a 5 horas se o líquido for privado de oxigênio. Recupera-a em minutos sob a influência do mesmo. Os nervos dos mamíferos resistem muito menos tempo à asfixia (apenas minutos).

No ser humano, 100 g de substância cerebral absorvem entre 600 e 800 cm3 de oxigênio por minuto e a circulação sangüínea cerebral não pode ser interrompida sem provocar rapidamente perturbações graves.  Assim, a compressão digital das duas carótidas, bloqueando o fluxo de sangue para o cérebro, provoca rapidamente, desfalecimento. A hipotensão arterial, uma hemorragia séria, uma anemia severa, uma aterosclerose extensa, todas refreiam o funcionamento cerebral. Para garantir seu bom funcionamento, deve-se levar ao cérebro o máximo de oxigênio, e o melhor meio de consegui-lo são os exercícios respiratórios.

Normalmente cada inspiração absorve e cada expiração expele 0,5 1itro de ar. Na inspiração forçada, porém, a capacidade do tórax aumenta ao máximo, e, nesse caso, a quantidade de ar absorvida a mais chega a cerca de 1,5 1. Do mesmo modo, na expiração forçada, o volume de ar expelido ultrapassa em igual volume o ar expelido em condições habituais. Pode-se portanto, graças à respiração profunda, aumentar em proporções notáveis a ventilação pulmonar e fornecer um aumento do aporte de oxigênio ao sangue e, conseqüentemente, ao Sistema Nervoso Central.

Os exercícios de respiração profunda são muito simples e convêm geralmente a todos.  Podem ser executados a qualquer momento do dia, porém recomenda-se que sejam executados sistematicamente de manhã e à noite, durante 3 a 8 minutos. Aconselha-se, também, fazer algumas respirações profundas quando, depois de um trabalho intelectual prolongado, as idéias se “embaralham” e a cabeça fica “pesada”. Alguns toques de leve com as mãos na cabeça e no pescoço auxiliarão a aliviar o cérebro. Para isto toca-se o lado direito com a mão direita e o lado esquerdo com a mão esquerda. Coloca-se a mão na testa em seguida, mantendo contato com a pele, baixa-se a mão para o peito tendo cuidado para que a extremidade dos dedos passe sucessivamente na têmpora, atrás da orelha, para descer em seguida pelo pescoço. Quando a mão chega ao peito, interrompe-se o contato e torna-se a colocá-la na posição inicial. Uns dez toques bastam geralmente para “aliviar” o cérebro e tornar as idéias mais claras.  Tamouco deixar-se-á também de respirar profundamente durante passeios, marcha acelerada e ginástica.

Os exercícios respiratórios são particularmente eficazes se, durante o dia, forem feitos próximo a áreas arborizadas. Por sua função clorofiliana os vegetais saneiam a atmosfera, enriquecendo-a de oxigênio.  Em contrapartida, é útil afastar do local em que se dorme as plantas, as quais contribuem para viciar o ar que se respira.  Certas flores são até particularmente perigosas pelos perfumes algo tóxicos que exalam. Estão nesse caso as violetas e os lírios.

Sob o ponto de vista fisiológico, as vantagem da respiração profunda não se limitam a uma melhor oxigenação do cérebro. Ela desenvolve, naturalmente, a capacidade torácica, mas também regulariza a atividade cardíaca e estimula os órgãos da digestão.  Com efeito, uma vez que os ritmos pulmonar e cardíaco estão parcialmente ligados, qualquer ação que contribua a normalizar o ato de respirar normaliza também as batidas cardíacas. Ademais, o movimento como que de massagem que a respiração profunda imprime à cavidade torácica estimula suavemente a maior parte das vísceras, sejam elas supra- ou sub-diafragmáticas.

Tão úteis (e tão simples!) são os procedimentos que abrem portas a conseguir tais vantagens que o Artigo vindouro será dedicado a algumas das técnicas empregadas para conseguir executá-los com o devido sucesso. Que se os aguarde um pouco!  


quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Ginásio abandonado.

 Parece que é abandonado, mas não é. Estão esperando que caia toda a cobertura da escola estadual do bairro Cidade Alta, periferia de Bananeiras, afim de que executem a sua recuperação mais cara. È o que dizem, mas não se prova. Enquanto isso, a escola José Rocha Sobrinho, aguarda a atenção das autoridades educacionais do Estado.
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quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Enquanto isso, a indústria da seca continua a todo vapor...


Barragem submersa garante água na seca do sertão de Pernambuco

Engenheiro cria método que promove a irrigação e a regeneração do solo e transforma sua fazenda em um laboratório vivo

21 de novembro de 2012 | 2h 05

Angela Lacerda, enviada especial - O Estado de S.Paulo
Na pior seca das últimas décadas, em pleno sertão do Pajeú, em Pernambuco, a Fazenda Caroá, no município de Afogados da Ingazeira, a 390 quilômetros do Recife, não disputa carro-pipa. Na sua área, de 450 hectares, há água.
Veja também:

Padilha diz que apenas observou e respeitou o comportamento da natureza na caatinga - Leo Caldas/Estadão
Leo Caldas/Estadão
Padilha diz que apenas observou e respeitou o comportamento da natureza na caatinga
De boa qualidade e guardada no subsolo, a água pode ser coletada nos "pontos de entrega", os bebedouros, distribuídos pela propriedade. Intitulado de Conceito Base Zero, o método de armazenagem, que promove a irrigação e regeneração do solo, foi criado pelo engenheiro José Artur Padilha, um estudioso do semiárido e da natureza: são as barragens submersas em leitos de rios secos.
Ele faz questão de frisar que nada criou, apenas "observou e respeitou o comportamento da natureza na caatinga", que tem como característica águas subterrâneas rasas e um elevado índice de evaporação.
A propriedade de Padilha funciona como um laboratório vivo - o Laboratório Base Zero Fazenda Caroá. Depois de décadas de pesquisa, o engenheiro chegou à essência do que buscava. "O aleijamento cultural nos impede de perceber obviedades", afirma ele.
O "óbvio" percebido pelo engenheiro é simples, barato - em relação a outras alternativas - e eficiente. Ele constrói barragens baixas, em forma de arco romano deitado, utilizando apenas pedras - sem cimento ou argamassa nem escavação para fundações - ao longo do leito seco. No período chuvoso, a sucessão de barramentos absorve e retém a água, que fica acumulada, a cerca de dez metros, no subsolo, para os períodos de estiagem. Os elementos trazidos pelas correntes das águas da chuva - a exemplo de minerais e materiais orgânicos - vedam os espaços entre as pedras e são decantados e sedimentados, permitindo a regeneração da biodiversidade.
Com a tática, o solo se recompõe e a vida animal é preservada. Sapos, abelhas e pássaros voltam a habitar a área. Nas terras que voltam a ser férteis, torna-se possível praticar a agricultura familiar - aliada ou não à criação de animais.
Na Fazenda Caroá, os bebedouros instalados no mesmo rumo dos barramentos estão sempre cheios, oferecendo água sem necessidade de bombas ou cataventos para puxá-la. A gravidade faz o serviço.
Ampliação
Padilha tem mapeadas 418 microbacias hidrográficas nos 17 municípios do sertão do Pajéu. Mas ele assegura que o projeto pode ser replicado em todo o Estado de Pernambuco, em todo o semiárido e até no Brasil inteiro. "Sem exceção", assegura o engenheiro, que já comprovou o sucesso das barragens submersas mesmo em áreas de caatinga totalmente planas.
A sua fazenda se localiza ao pé de uma serra, com parte do terreno em área mais alta. "A lógica é a mesma, mas o modo de fazer é personalizado", diz, ao observar que o ideal é construir as barragens em período seco, preparando o solo para o ciclo chuvoso. Quem faz a experiência, segundo ele, vê o resultado depois da primeira chuva. "É algo mágico, o ambiente antes inóspito se torna produtivo", explica.
Padilha dispõe o método a quem se interessar e afirma que a tecnologia pode ser repassada numa capacitação de menos de quatro horas - e até mesmo a distância. Ele destaca que a evaporação no bioma caatinga é muito alta - média de 2,5 mil milímetros - levando barreiros, barragens e açudes a uma redução rápida da água armazenada.
"Não adianta brigar com o semiárido, qualquer coisa que se tente alterar é insensato", defende o engenheiro, ao reiterar que a estiagem é um fenômeno comum na região.
Padilha acredita em uma "revolução pacífica" para todo o semiárido nordestino com a adoção do Conceito Base Zero dentro de um planejamento de política pública. Ele observa que a mão de obra ociosa no período seco poderia ser usada para trabalhar na construção das barragens e sugere até um nome para a sua remuneração: "Bolsa Ecologia".
"Trata-se de uma questão fundamentalmente ecológica", avalia, defendendo um desenvolvimento efetivamente sustentável e produtivo. Incluído na Agenda 21 do Ministério do Meio Ambiente de 1999, o Conceito Base Zero nunca foi adotado por nenhum governo.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

A CNEC não morreu.



Em 1957, estudei no Colégio Mageense, que depois passou a se chamar Colégio Cenecista Dedo de Deus. Em 1968, fui convidada para dar aula, como professora voluntária, no Curso de Admissão do Colégio Cenecista Primeiro de Maio, em Santo Aleixo. Em 1969, fui convidada pelo Gal. Mário Barreto França, Superintendente da CNEC-RJ para dirigir uma Escola Cenecista, em Piabetá, no 6º Distrito de Magé-RJ. Apaixonada pela educação, claro, aceitei, mas quando fui conhecer a sede da Escola (100 alunos matriculados) não havia, fiquei um pouco assustada: a secretaria funcionava no corredor de um prédio que pertencia ao Estado e contava apenas com quatro salas de aula, iluminadas com lampiões a gás. Nenhum recurso mais. Um economista teria me aconselhado a sair correndo, sem olhar para trás. Todavia, consultei o coração e aceitei o desafio: fiquei 11 anos lutando, junto daquela comunidade.
Conheci Dr. Felipe, quando dirigia a Escola, numa tarde, quando estava triste, porque acontecera uma verdadeira catástrofe. Havia chovido muito e o vento derrubara uma grande parte da construção da sede própria, que lutávamos para construir em mutirão com a comunidade. Tudo até ali havia sido feito com verba arrecadada de festas, sorteios, doação de amigos e muito luta. O que fazer agora? Lógico! Escrevi uma carta para a CNEC de Brasília, chorando e pedindo uma ajuda para reconstruir o que foi destruído. Ele, Dr. Felipe, em carne, osso e emoções, veio de tão longe (1000 km de distância) dar a resposta, pessoalmente, trazendo a ajuda de que tanto precisávamos. Nem era grande a quantia em dinheiro, mas o amor demonstrado contagiou, abasteceu, e transbordou em nossas vidas.
Em 1973, fui conhecer Brasília, na única vez que consegui ficar de férias, e aí chegando lá, claro, procurei o endereço da sede da CNEC. Onde? Fui ao Ministério da Educação para saber onde ficava. Ao subir, antes de apertar o botão do elevador, olhei e...lá estava Dr Felipe, dentro do elevador, por  coincidência?  Fiquei muito feliz, porque o reconheci, mas confirmei, ao perguntar, o senhor é o Dr. Felipe? E ele, como sempre, tão simpático disse que sim, aí estufei o peito (porque perto dele a gente se sentia sempre muito grande) e me apresentei. Nem subimos, porque ele estava ali, no MEC,  procurando alguém para ajudá-lo a organizar o Congresso e a comemoração dos 30 anos de vida da CNEC. Em plena crise de abastecimento de carne, levantava-me às 5 horas da manhã para entrar na fila e olha que faz frio, em Brasília, em julho. E as minhas férias? Ficou para outra época.
Voltei ao Rio. O Visconde de Mauá já estava com quase dois mil alunos. Na época eu era Secretária Municipal de Educação de Magé. Mais uma vez, qual foi a minha surpresa, quando o telefone tocou e, do outro lado, Dr. Felipe disse que o meu nome era o mais indicado para Administrar a CNEC-RJ. Fiquei perplexa! Minha cabeça deu milhões de voltas. Com dois filhos pequenos, morando a 50 km do Rio. Como seria isto? E o Visconde de Mauá? Meu marido, sempre respeitou minhas opções, mas esse convite mudaria muito a rotina de nossa vida. Como dizer não?
No dia 5 de junho de 1975, tomei posse. A CNEC estava unificando a administração da Guanabara  com a do Estado do Rio. Agora era um só Estado. Tudo muito complicado! Muitas Escolas deficitárias. Algumas deveriam encerrar as atividades. Só isto iria consumir todo o tempo, mas ainda havia outras 182 escolas cenecistas clamando por assistência. Não havia fim de semana, férias ou feriado. Era dureza ver o meu filho caçula dizer que quando crescesse gostaria de ser piloto para jogar uma bomba em cima da CNEC! Porque ele sentia muito a minha falta... Apesar de todos os sacrifícios, vencemos sempre!
Em 1980, ao sair da direção da Escola, por opção minha, precisava dar assistência aos meus filhos, lá estava a sede própria do Centro Educacional Visconde de Mauá, numa área que meu pai pediu ao Prefeito Magid Repanni e foi doada pela Prefeitura, com o prazo de dois anos para construir, senão perderíamos a área. Todavia, o grande mutirão comunitário deu resultado:12 salas de aula, secretaria, biblioteca, quadra de esportes, banda de música, e o nome da Campanha Nacional de Escolas da Comunidade respeitado no Município de Magé.
Após anos de luta no Rio, no dia 06 de julho de 1990, fomos convocados novamente pelo Dr. Felipe para ajudá-lo, em Brasília, na Administração Central. Quem teria coragem de dizer não a um homem daquele? Arrumamos a mala e fomos eu e o meu marido, Nelci, que sempre me apoiou, trabalhando, sem receber um centavo da CNEC. A grandiosa luta continuou. Daria para escrever um livro, com lágrimas, muitas lágrimas, porém, as vitórias superaram e com a força de Deus caminhamos, sempre. Foram mais sete anos,em Brasília, ombro a ombro, com a equipe-irmã da Administração Central, inúmeras vezes, todos colocando o próprio corpo na frente do grande herói Felipe, para as pessoas não feri-lo, nas duras batalhas. Valeu a pena.
Quando em 1993, Coordenei a grandiosa Festa Nacional do cinqüentenário da  o Teatro Municipal de Brasília estava lotado. A magia da entrada triunfal dos Estados, portando as bandeiras, a emoção do hino cenecista cantado, com tanto fervor, e o encerramento de quase arrebatamento, quando o Pai Nosso foi cantado, a capela.
Em 1996, Dr. Felipe não morreu! O céu o convocou para contabilizar com os anjos, tudo o que a CNEC havia feito até ali: milhares de vidas resgatadas do abandono, do analfabetismo, da falta de oportunidade, da miséria social. A Deus toda honra e toda a glória!
 Ivone Boechat
aluna, professora,
diretora cenecista, Superintendente Estadual da CNEC- Rio de Janeiro e Bahia

Superintendente Itinerante Nacional da CNEC

domingo, 11 de novembro de 2012

E tome seca!


Atualizado: 11/11/2012 02:03 | Por JANAÍNA ARAÚJO, ESPECIAL PARA O ESTADO, JOÃO PESSOA, estadao.com.br

Na Paraíba, 70% da população vive em situação de emergência

A seca prolongada já afeta 2,3 milhões de paraibanos, cerca de 70% da população em 198 dos 223 municípios do Estado...
A seca prolongada já afeta 2,3 milhões de paraibanos, cerca de 70% da população em 198 dos 223 municípios do Estado. São famílias que enfrentam os efeitos da estiagem, como a fome, a sede e a perda do rebanho, há mais de três meses. Os 122 açudes monitorados pela Agência Executiva de Gestão das Águas (Aesa) já perderam 2,1 bilhões de metros cúbicos de água - a capacidade total é de 3,9 bilhões. As cidades mais prejudicadas são Triunfo, no Alto Sertão, e Cabaceiras, na região do Cariri, onde já falta água há um mês.
"Nos próximos 180 dias, vamos continuar com os carros-pipa, a recuperação de 486 poços e fornecimento de ração", afirma o secretário estadual de Infraestrutura, Efraim Morais, que coordena o Comitê Integrado de Enfrentamento à Estiagem. "A situação é crítica. Começamos a perder a água dos mananciais e fica cada vez mais distante buscar e distribuir. Doze cidades já racionam água para evitar o colapso", diz.
O governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, prorrogou na terça-feira passada os decretos de situação de emergência de 170 cidades por mais 180 dias. As outras 28 cidades terão os decretos prorrogados no dia 26 deste mês. Segundo Morais, o governo já pediu mais R$ 32 milhões para mais 180 dias de estiagem ao governo federal, além dos R$ 10 milhões já liberados para os últimos 90 dias de seca.
Em Pedra Branca, a 480 km de João Pessoa, famílias caminham mais de 5 km para buscar água com jumentos. A cidade tem apenas 4 mil habitantes e fica no Vale do Piancó, no Polígono da Seca, formado por 23 municípios.
O agricultor Sebastião Silva já perdeu as cabras que tinha e é um dos que usam o jumento. "É uma situação difícil, não temos ajuda", reclama.
Fé e protesto. O padre da cidade, Djacy Brasileiro, tem celebrado missas de protesto dentro de barragens para alertar sobre a situação crítica. "Vi muito gado morrer e muita gente desesperada. A situação é dramática e existe morosidade por parte dos governos", diz o sacerdote.
No total, 684 carros-pipa abastecem áreas urbanas e rurais na Paraíba - 239 são do Estado e 445 do Exército. De acordo com o governo, a Companhia de Desenvolvimento dos Recursos Minerais (CDRM) perfurou neste ano 169 poços. A Companhia de Água e Esgotos precisou racionar a oferta de água em 15 cidades e nove distritos.
O Programa Nacional de Agricultura Familiar liberou R$ 18 milhões para o Estado. Segundo a Secretaria Executiva de Agricultura Familiar, o dinheiro já foi repassado aos produtores.
Prejuízo. A perda chega a 40% do rebanho animal e a 90% da safra agrícola, de acordo com o governo. A falta de chuva afeta cerca de 60 mil produtores e causa prejuízos. Alimentos e água tiveram quase 50% de aumento nas áreas de seca.

sábado, 10 de novembro de 2012

Ginásio esportivo abandonado.

Estas fotos foram feitas  2 meses antes da última eleição. Elas mostram uma grande placa publicitária da reforma da Escola Estadual José Rocha Sobrinho, situada no bairro Cidade Alta, próxima a entrada do Condomínio Àguas da Serra, em Bananeiras/PB. A placa anuncia uma nova Paraíba em Construção, mas o que se vê é a lenta, gradual e segura destruição da cobertura da quadra polidesportiva, impulsionada pela força dos ventos e da omissão dos responsáveis pela educação pública estadual.Quem duvidar pode fazer uma visitinha à referida escola e observar o estado de depreciação do ginásio desportivo da escola que poderia ser modelar na região do Brejo paraibano.