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14 de fevereiro de 2013 19:22 | |
Por Flávio Rezende*
Os estudiosos de uma maneira geral já mergulharam em
praticamente todos os aspectos da vida, ofertando no altar de nossas
existências, explicações para as mais variadas nuances das doenças, dos objetos
que nos prestam servidão, o desenvolvimento das espécies, a estrutura das
microestruturas e os escaninhos da mente.
Apesar de discordâncias aqui e ali, está posta na
mesa o cardápio de explicações que podem ser estudadas, contestadas, reforçadas
e atualizadas, dando a humanidade uma estrada já bem pavimentada de saber, com
o mapa da vida já quase completo, faltando encaixar uma peça aqui, outra ali,
para que, um dia, possamos finalmente ter nosso DNA global totalmente
digitalizado em nossas vidas.
Apesar do avanço e do portento que nos glorifica a
alma pelo andar da carruagem científica, um aspecto deste cosmos em que estamos
umbilicalmente submersos, nos pega vez por outra em interrogações que, tanto
podem nos alegrar, exaltar a existência, como nos assombrar, nos encucar a
vida.
Refiro-me a mente, que segundo alguns, é a
comunicação entre o ser espiritual e a própria pessoa – e o seu ambiente. E a
mente, penso eu, nos leva ao êxtase e a loucura, a comemoração e a depressão,
muitas vezes, em questão de segundos.
Pensei em escrever este artigo na praia. Estava
sentado lendo e pegando um sol, quando um vendedor de frutas parou e começou a
elogiar minhas atividades enquanto dirigente da Casa do Bem. Falou que poucos
disponibilizam seu tempo para ajudar o próximo e, sempre com um largo sorriso,
disse muitas outras coisas, tornando aquele momento muito prazeroso.
Ele partiu e deixou plantada em meu coração uma
energia muito legal. Como estava passando por um problema pessoal, meus
pensamentos estavam navegando em águas turbulentas, mas, bastou um agricultor
de boas sementes jogar um gérmen do bem para que uma plantação tivesse início e
o sol, já ali brilhante, passasse a ser também radiante.
Depois resolvi tomar um banho e fiquei extasiado com
a temperatura da água, a claridade do dia, a alegria das pessoas, estando à
mente num momento muito especial quando, uma onda forte me pegou de cheio e me
fez rolar, entrando água por todo canto, ficando a mente atordoada e,
momentaneamente não percebendo mais tanta beleza naquele mar.
Naquele instante lembrei-me de minha menininha Mel
que amava o mar, tomava banho comigo e com a mãe, até que certa vez, fazendo um
castelo na beira da praia, veio uma onda e nos pegou, assustando a pequenina.
A partir deste acontecimento, ela teme o mar e o
evita. A mente que processava aquilo como prazer, bastou um evento, para mudar.
E é essa mente já bastante estudada por filósofos,
místicos, psicólogos, terapeutas e psiquiatras, que continua embalando nossas
ações pendularmente, norte-sul-leste-oeste, às vezes diz sim as coisas, num
segundo seguinte, diz não.
Louvo então o trabalho de todos que buscam as
respostas para estas oscilações, que descobrem remédios que buscam o ponto de
equilíbrio, que conversam, instruem e esclarecem sobre os labirintos complexos
dos universos mentais e, encerro o presente escrito com um ser maravilhoso, o
Confúcio, que muitos anos atrás, falava para quem tinha ouvidos de ouvir: “Não
são as ervas más que afogam a boa semente, e sim a negligência do lavrador”.
*É
escritor, jornalista e ativista social em Natal/RN
(escritorflaviorezende@gmail.
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