O que vi e aprendi aos70
BERILO DE CASTRO
· a dormir em rede;
· a dormir e acordar cedo;
· a cuidar mais da saúde;
· a viajar no imaginário das boas leituras;
· a escutar mais e falar menos;
· a gastar menos e guardar mais;
· a administrar os paraefeitos da idade;
· a usar mais a razão do que a a emoção;
• a repelir com horror e indignação as danosas, maléficas e criminosas torcidas organizadas de
• futebol;
· a continuar praticando atividade física;
· a continuar com os divertidos, animados e relaxantes papos com amigos, regados a um bom uísque;
· a admirar cada dia mais as belas poesias musicais (raras, hoje);
· a detestar e não suportar a poluição sonora, com o uso criminoso de" paredões"- um atrazo secular e sem solução;
· a admirar mais os homens de bom caráter;
· a ojerizar a mentira e detestar a falsidade;
· a conviver com a simplicidade e valorizar mais o humano;
· a não aceitar o gene da ganância como dominante;
· a me indignar mais e mais com a corrupção institucionalizada;
· a continuar a não entender as pessoas raivosas e mesquinhas;
· a repulsar veementemente a ingratidão;
· a assistir, cada vez mais revoltado e deprimido, ao descaso, à indiferença e ao abandono na saúde pública;
· a continuar assistindo tristemente ao descaso e à deteriorização do sistema de ensino público;
• a acreditar e me sentir triste, envergonhado e roubado em saber que nos últimos quinze anos o país foi criminosamente governado por um antro de corruptores de um Departamento de Propina da Empresa Construtora Odebrecht;
· a avistar, finalmente, políticos corruptos e empresários corruptores na cadeia;
· a acreditar e louvar o novo perfil do Ministério Público;
· a enaltecer a coragem e a independência da nova geração de Promotores Públicos e da Polícia Federal;
· a continuar a não vislumbrar solução para o combate às drogas, o mal maior do século;
· a, infelizmente, assistir à falência total do sistema carcerário e o seu domínio nas mãos das facções criminosas;
· a assistir; indignado, triste e revoltado, à total insegurança que assombra, ameaça e domina a população nos dias atuais;
· a, infelizmente, continuar enxergando as pessoas mais egoístas e o mundo mais desumano e cruel.
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